O governador Jaques Wagner, surpreendendo o meio político baiano, divulgou, no início da noite de ontem, a lista com mais seis nomes do secretariado do seu segundo mandato. Os n

ovos titulares são Carlos Brasileiro, no Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes); Almiro Sena, na Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH); e Carlos Costa, na Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária (Seinp). Continuam na pasta os secretários da Indústria, Comércio e Mine ração, James Correia, e da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Eduardo Salles. O ex-secretário Wilson Brito, da Infraestrutura, volta ao primeiro escalão, desta vez comandando a Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir). Com isso, chegam a 21 as pastas com titulares confirmados. As dúvidas agora giram em torno apenas de quem serão os comandantes das secretarias de Promoção da Igualdade (Sepromi), Relações Institucionais (Serin) e Ciência e Tecnologia (Secti). A surpresa, entretanto, ficou por conta da manutenção de James Correia – cota pessoal do governador –, na pasta de Indústria e Comércio, tida como certa na cota dos pedetistas que, diga-se de passagem, era um dos empecilhos para a finalização do processo por parte do governador. O desgaste se estendeu até mesmo para a seara nacional da legenda. As bancadas federal e estadual teriam, inclusive, uma reunião hoje com o presidente nacional, ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no sentido de solucionar o impasse. Contudo, após o anúncio inesperado, ficou comprovado que de nada adiantou a batalha travada nos últimos dias pelos brizolistas em busca da ampliação de espaço na nova gestão. Vale lembrar que o PDT colocou como parâmetro o PP e por isso reivindicava duas secretarias. Atualmente, o partido comanda a Secti, único espaço no primeiro escalão que deve ser destinado ao grupo. Para o posto já teria sido indicado o ex-deputado, Nestor Duarte. O PP, do ministro das Cidades, Mário Negromonte, por sua vez, sem dúvida é só sorrisos. Abocanhou nada menos que quatro importantes pastas, a começar por Infraestrutura, sob a responsabilidade do vice-governador Otto Alencar. Além disso, a sigla comandará a Seinp, Agricultura e Sedir. O PRB, partido que surpreendeu a base ao pedir o comando da Secretaria de Justiça, também levou a melhor. Almiro Sena, da cota do partido, será o novo secretário do governo Wagner. O PT, com a confirmação de Carlos Brasileiro para a Sedes, contabiliza três pastas na sua cota – Albino Rubim (Cultura) e Zézeu Ribeiro (Planejamento) – , e deve ganhar o comando ainda da Sepromi. Enquanto isso, para a Serin estão cotados Cezar Lisboa, atual titular e tido como principal articulador de Wagner, e Edmon Lucas (PTB).
TENSÃO COM O PDT É DESCARTADA - O governo do estado, através de sua assessoria de comunicação, reitera a tendência de aliar os critérios políticos e conhecimento técnico. O cálculo, segundo a própria assessoria, não pode ser aritmético. Com base nisso, é descartada qualquer possibilidade de tensionamento com os pedetistas. “O PDT é aliado. Tudo foi devidamente acordado. Portanto, não se cogita estremecimento. Caso houvesse alguma ameaça, ficaria comprovada a tese de fisiologismo, que não combina com o PDT". Informações dão conta ainda que Wagner teria convencido Lupi sobre a realidade da Bahia, em que a Assembleia Legislativa passa a fazer parte do acordo. Nenhum dirigente do PDT foi encontrado. No entanto, há quem diga que a briga agora será em prol de fazer com que Otto migre para as hostes pedetistas. (Fernanda Chagas).