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Purificar água do mar: solução para a sede mundial |
Não é de hoje que se fala que a água é um bem precioso e que, um dia, faltará. Pois bem, chegou o “tal dia”. Ou melhor, chegou o período e não se sabe por quanto tempo. Se houvesse planejamento nos últimos governos do município itabunense e se a Emasa não servisse, majoritariamente, para atender demandas de cabide de empregos e corrupção, talvez pudéssemos prever por quanto tempo teríamos as torneiras regradas na maior cidade do sul da Bahia. Vários municípios da região cacaueira já sofrem com a falta de água. Autoridades buscam ajuda dos governos estadual e federal para vencer a crise. Mas parece que o até o momento nossos governantes maiores não se deram conta de que o problema é gravíssimo e requer ações conjuntas. E quando se diz “conjunto” leia-se: todos. Entretanto, faltam, em Itabuna, em todos os setores, ações preventivas. Não se trabalha neste município com a antecipação de nada. Muito menos para o abastecimento de água. A culpa é da falta de chuva. Sim, não está chovendo como o previsto para o período, mas será que nós não estamos tratando esse bem precioso com muito descaso? Será que não estamos apostando demais na solução vinda do céu? Existem várias formas de captar água, assim como há inúmeros projetos que promovem o reuso dela. Indicação ou facilitação para os cidadãos terem acesso a esses mecanismos não existe, o que deveria partir dos governantes. Os projetos são caros para a população, que necessitaria de incentivo do governo, com linhas de crédito facilitadas, o que não se discute em momento algum. Além da falta de incentivo para o melhor uso e trato com a água, há um desperdício abundante e que não é combatido. É claro que não há conscientização e boa vontade de uma parte das comunidades, mas há, também, falta de informação e de campanhas publicitárias alertando e orientando a população. Agora que o problema já está em alerta vermelho, as discussões giram em torno de ações emergenciais para lidar com o colapso, entre elas o racionamento. Em momento algum, fala-se no que fazer para economizar a água constantemente. O que nos leva a crer que se houver um período chuvoso que venha abarrotar nossos sistemas, vamos esquecer completamente o problema e, consequentemente, esperar para discutir o assunto na próxima crise hídrica. E, quem sabe, fazer a “dança da chuva” sempre ela insistir em não cair. O assunto é muito sério e deve ser tratado como tal pelas autoridades. Esperar que a população feche as torneiras quando a água já não existe é até ironia. Ao que parece, em Itabuna, os governos não têm meios, muita afinidade, nem interesse para tratar o assunto com a seriedade que ele merece. Que busquem, então, exemplos de outros municípios, que há muitas décadas se anteciparam em criar alternativas contra o que pode ser o maior problema da humanidade em um futuro próximo. Não seria muito dispendioso, uns dois técnicos da Emasa, passarem uns dias no Estado de Israel, por exemplo, localizado em uma região desértica no Oriente Médio, para observar a utilização de vários métodos para combater a falta de água. Entre eles, a construção de usinas de dessalinização da água do mar, o reaproveitamento quase total dos esgotos e um rígido combate ao desperdício. Então, em uma cidade onde altos recursos são desperdiçados com incríveis salários de dirigentes da Emasa, e onde a empresa, vem sendo sucateada e paga alto salário a “fantasma” como seu ex-presidente Alfredo Melo, dinheiro é o que não falta para investimentos similares aos aplicados por aquele país. Ilhéus está alí pertinho, esbanjando água a ser tratada.