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23 de setembro de 2024

A FUGA DOS APÁTICOS!

Os eunapolitanos que estavam indiferentes às eleições, despertaram para a vulnerabilidade da cidade voltar as garras da ave de rapina do Robério e estão fugindo dele, como o cão foge da cruz!

Ao viver em Eunápolis criaram-se laços inseparáveis entre mim e a cidade que passei a amar, instintivamente, como um ventre do qual nasci. Sem que nenhuma gota de sangue nos ligasse, Eunápolis tornaria-se parte de mim e eu parte dela, por toda a minha vida. Vim para passar 20 anos, no mínimo e já estou com um quarto deste período, com desejo de já renovar por mais uma centena de anos!

            Contudo, tristemente, houve um momento que larguei Eunápolis de mão. Assim, como quem se afasta de uma mãe, mesmo amando-a, por não mais conseguir compreender a impunidade e obscenidade de governantes Fraternos com vilipendiamento do erário. Como quem desiste de resgatar um ser amado que se perdeu no meio do caminho.

            Segui em frente minha caminhada predestinada a ser um baiano tentando ignorar tudo o que, ao longo deste trajeto, me fez sentir vontade de sentar, chorar e desistir. Fingindo não me afetar com as injustiças causadas por gestores da cidade que aprendi a chamar de amada Eunápolis. Sofrendo por ter de admitir que algo havia saído errado no berço em que não nasci, mas do qual preferiria me orgulhar.

            Foi duro ver Eunápolis ser subjugada, ironizada e discriminada. Afinal, um município não é um simples traçado geográfico inserido na extensa região do extremo sulbaiano. Eunápolis sou eu e todas as outras pessoas que atribuem esperança de futuro promissor a ela. A vergonha era de mim, o fiasco era eu, o fracasso era meu, a tristeza era minha. E Eunápolis sangrava como cidade mais violenta do país e retrocedendo diante de Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Lauro de Freitas e Camaçari, que eram muito menores que ela há três décadas!

            Ver o monstro da corrupção dos Fraternos crescendo e prostituindo a gestão que deveria ser justa e gentil, sem que eu pudesse fazer nada, foi demais para mim. Perdi as forças de levantar a bandeira que estampa a riqueza que foi roubada, a beleza que foi desfigurada, o orgulho que foi rasgado. E tudo isto diante de uma Justiça omissa, benevolente e injusta.

            Sem orgulho de ser eunapolitano, me tornei um filho apático e distante, vendo minha Eunápolis se perder, dia a dia, por governantes que se diziam Fraternos com ela. Sentado sobre a dura estrutura de minha vida honesta, vi a Quadrilha dos Fraternos estuprando a minha cidade querida, enquanto gozava o êxtase diante de uma platéia entorpecida.

            Vi políticos virando bandidos e vice-versa. Vi corrupto virando gente importante e rica. Vi a droga invadindo casas e aniquilando famílias. Vi pessoas sem casa morrendo nas ruas. Vi pobres perecendo nas filas, dentro dos postos de saúde e hospitais. Vi crianças crescendo por todos os lados, sem educação. Vi a moral ser assassinada em manchetes de jornais nacionais. Vi a cultura ser torturada em alto-falantes. Vi o mal fazendo o discurso em palanque. Vi o demônio sair das urnas para assumir o poder.

            De ouvidos atentos, olhos inconformados, boca calada, minhas mãos atadas não puderam mais versar sobre a minha cidade estuprada. Hoje eu volto a escrever sobre Eunápolis. A Eunápolis que acordou do sono da inconsciência e grita, com milhares de vozes, por socorro. Hoje levanto a bandeira, há muito arriada no peito, e cubro de esperança as imagens distorcidas pelas letras e vozes aliciadoras de fake news.

            Hoje minhas mãos se soltam das amarras da impotência para, trêmulas de emoção, registrarem o momento em que minha cidade amada despertou, cheia de promessa de voltar a ser o que um dia sonhei que ela fosse. Como um vulcão que estava adormecido, o povo de Eunápolis se rebela contra as mentiras, sabotagens e enganações de rádios sórdidas, ilícitas e parciais, que endeusam gangster e satanizam seus adversários.

            Hoje eu me encho de coragem e peço àqueles que não compreendem, nem ouvem a voz que clama por R$ 100,00 o voto, que se olhem no espelho e, se não tiverem orelhas de burro, calculem o que poderia ter sido feito com cada centavo dos mais de 200 milhões de reais roubados dos cidadãos honestos e sofridos de Eunápolis.

            Hoje eu quero invadir os portões do paraíso da corrupção e retomar, dos cofres dos demônios que lá vivem, a riqueza da minha rica cidade para gozar da herança que me é de direito desde que nela passei a viver. Hoje eu quero redescobrir minha terra adorada e com orgulho poder dizer: Vencemos todos que eram Fraternos com o que havia de pior na política de Eunápolis. – Fora Fraternos e seus comparsas e serviçais. Em Eunápolis, nunca mais ouvirei o grito de Barrabás!

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