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26 de março de 2024

ÍNDICES DE POBREZA E EXTREMA POBREZA BATEM RECORDES NA BAHIA E EM SALVADOR

No ano passado, 46,5% da população baiana, ou 6,949 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda.

Em 2021, tanto na Bahia quanto em Salvador, a pobreza e a extrema pobreza atingiram índices recordes nos nove anos de série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), iniciada em 2012. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Seis de cada 10 trabalhadores ganhavam menos que salário mínimo na Bahia, diz IBGE.

Segundo informações do IBGE, no ano passado, 46,5% da população baiana, ou 6,949 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda. Elas viviam com um rendimento domiciliar per capita médio inferior a R$ 475 por mês.

Com a quarta maior população em geral entre as 27 unidades da Federação, a Bahia tinha, em 2021, o segundo maior número absoluto de pessoas na pobreza (6,949 milhões), atrás apenas de São Paulo, estado mais populoso do país, onde 8,150 milhões de pessoas podiam ser consideradas pobres (17,5% de todos os paulistas).

Entretanto, o percentual de pobres na Bahia (46,5%) era apenas o 11° mais elevado, em um ranking liderado por Maranhão (57,5% ou 4,1 milhões de pobres), Alagoas (51,7% ou 1,7 milhão) e Pernambuco (51,0% ou 4,9 milhões).

Frente a 2020, quando a proporção de pessoas em pobreza monetária na Bahia tinha sido a menor da série histórica (37,5% ou 5,593 milhões em números absolutos), o número de pobres no estado aumentou 24,2%. Isso significou mais 1,356 milhão de pessoas em situação de pobreza, em apenas um ano - o maior crescimento desse grupo em toda a série histórica.

Mesmo comparando com 2012, primeiro ano da série e, até então, o recordista em índice de pobreza na Bahia (quando 46% da população do estado, ou 6,632 milhões de pessoas podiam ser consideradas pobres), houve uma piora do quadro em 2021, com mais 317 mil pobres, em um aumento de 4,8%.

Semelhança em Salvador - Em 2021, 33,2% dos moradores da capital baiana estavam abaixo da linha da pobreza em Salvador, o que significa que 937 mil pessoas viviam com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 475 por mês.

Quarta capital brasileira em população total, Salvador tinha, no ano passado, o terceiro maior número absoluto de pessoas abaixo da linha da pobreza, abaixo apenas de São Paulo (2,1 milhões, 16,9% da população) e Rio de Janeiro (1,1 milhão, 16,6% da população).

Percentualmente, porém, a capital baiana estava em 12ª posição, em um ranking liderado por Boa Vista (40,7%, 169 mil pessoas), Rio Branco (39,4%, 165 mil pessoas) e Manaus (38,6%, 870 mil pessoas).

Além de Salvador ter registrado a maior proporção e o maior número absoluto de pobres dos últimos nove anos (desde 2012), houve um crescimento expressivo frente a 2020, de 44,2% ou mais 284 mil pessoas em situação de pobreza, em um ano.

Veja dados detalhados.

Na passagem de 2020 para 2021, a ocorrência de pobreza aumentou em todas as 27 unidades da Federação;

A Bahia teve o 3º maior aumento absoluto (+1,356 milhão de pessoas), abaixo de São Paulo (+1,523 milhão) e Minas Gerais (+1,450 milhão), mas apenas o 10° crescimento em termos percentuais (+24,2%);

Entre as capitais, Salvador registrou o maior crescimento absoluto no número de pessoas abaixo da linha de pobreza, entre 2020 e 2021 (+284 mil pobres), seguida por São Paulo (+226 mil pessoas) e Manaus (+192 mil).

Percentualmente, a capital baiana teve o 4º maior aumento da pobreza (+44,2%), abaixo de Porto Velho (+61,9%, +74 mil pessoas), Aracaju (+60,4%, +86 mil pessoas) e Campo Grande (+46,7%, +59 mil pessoas).

Brasil não tem linha de pobreza monetária. Os valores de R$ 475, para Bahia e Salvador, e de R$ 486 para o país como um todo, equivalem a US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC).

Esse é o critério definido pelo Banco Mundial para a linha de pobreza em países de renda média-alta, entre eles o Brasil, e adotado nacionalmente para acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Já a linha de extrema pobreza, R$ 164 para Bahia e Salvador e R$ 168 para o Brasil como um todo, corresponde a US$ 1,90 por dia em poder de paridade de compra (PPC), critério que também é fixado pelo Banco Mundial.

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