Desde que as redes sociais e a imprensa publicaram a possibilidade de o empresário Cacá Resolve ser pré-candidato à Prefeitura de Eunápolis pelo Avante, vimos reações diversas nas opiniões das pessoas. A pergunta do público é unânime: que palhaçada é esta dos Carlettos?
A palhaçada, definitivamente, não nasce em candidaturas como a do Cacá. Ilustra o circo que se arma ano a ano na cidade, principalmente em períodos como esse, em que a contagem regressiva para a disputa nas urnas começa a mascarar nossos políticos.
Questionar a candidatura de Cacá é muito fácil num mundo em que a capacidade de se indignar ficou restrita a bizarrices humanas - às vezes, nem isso. Difícil, porém, é tirar o nariz vermelho camuflado pelos lustrosos ternos de palhaços que passam por políticos.
Esses personagens insistem em afirmar que ainda não estão em campanha eleitoral. Mas Cacá já tem patrocinado eventos festivos e desportivos na periferia e embarcando em caravanas para percorrer os quatro cantos de Eunápolis atrás de votos. Isso mesmo, votos.
Porque o fim último do circo político é ganhar o público, independentemente do que se faça. O momento agora é de consolidar alianças, armar estratégias para conquistar o máximo possível de apoios de lideranças venais e eleitores pelegos.
Nada ainda Cacá falou sobre as questões latentes do Município, sobre o que a plateia precisa de fato. Isso fica para depois, quando as cortinas se fecharem e o artista já tiver obtido aplausos suficientes para o próximo show.
Cacá faz campanha visitando, patrocinando e animando aniversários, casamentos, batizados, torneios de futebol, formaturas e outras dessas andanças tão chatas que até um pseudo-humorista frustrado daria um pouco de animação em meio às vontades constrangidas de ir para casa dormir.
Pode ser que a candidatura de Cacá sirva apenas como uma válvula de escape para toda a melancolia que aflige sua alma do nascer ao pôr do sol. Ou então, não passa de uma versão moderna dos bobos da corte, dessa vez muito além dos castelos medievais.
Quando vejo Cacá repetindo trocadilhos infames ou contando piadinhas tontas para tentar melhorar seu desempenho na aprovação popular, sinto que o mundo deve acabar mesmo, já passou da hora. Vou seguir aqui, tentando me controlar, até que a primeira deixa me faça rimar, imitar ou criar uma insanidade qualquer. Se Cacá não der certo como candidato, talvez possa despontar como humorista – entre outros oito bilhões de habitantes desse planeta.
Cacá é uma figura que quer o cargo mais alto da Prefeitura de Eunápolis. Chamá-lo de palhaço, em referência aos risohos e engraçados animadores de circo, é um desrespeito aos comediantes originais. É um desrespeito, sobretudo, à categoria que leva alegria às pessoas. Pois, fora os poucos eunapolitanos beneficiados pelas suas ações de assistencialismo, é impossível enxergar graça numa pessoa tão sem graça.
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