As pessoas gostam do ideal de liberdade de expressão até o momento em que começam a ouvir aquilo que as contraria!
A liberdade de expressão não é um direito absoluto. Até diria: sem responsabilidade, esta tal liberdade poderá se constituir num crime. Não fosse assim, os libertinos iriam se sentir à vontade para, em querendo, assassinar as reputações de quem melhor lhes conviesse, já que isto representaria a glória dos difamadores, dos infamantes e dos injuriosos. A propósito, esclareço: a liberdade de expressão não admite o anonimato.
Entre aqueles que defendem a liberdade de expressão como um direito absoluto, faço o desafio que segue: faça chegar as minhas mãos a sua fotografia, seu nome, endereço e CPF, e se casado for, a da sua esposa, e se filhos tiver, igualmente.
A partir de então me autorize a fazer, em nome da minha liberdade de expressão o que eu achar conveniente. De antemão também me autorize a fazer uso dos truques que a computação gráfica me possibilitará. Caso contrário, restará provado que você advoga a liberdade de expressão e de pensamento para si e nega aos outros.
Sou radicalmente contra a censura, mas sou ainda mais radical contra aqueles que não respeitam a honra, a dignidade e a imagem dos outros. Outra não tem sido a causa que transformou a atividade política nisto que está aí. Até mesmo nos mais degradantes ambientes, ou seja, nos prostíbulos, a linguagem que utilizam não chega a tão baixíssimo nível.
Acusarem-se mutuamente de ladrões, de genocidas, de canalhas, de pedófilos, de adúlteros e de chantagistas, tem feito parte dos discursos dos nossos políticos, em particular, daqueles que pretendem nas próximas eleições ocupar os mais altos postos nas nossas esferas de poderes.
Em relação às eleições já atingimos temperaturas que somente as encontramos quando produzidas pelos autos fornos. Enquanto isto, sobre a nossa inflação, nosso desemprego e a fome que infernizam a vida de milhões de brasileiros nada ouvimos que venha nos trazer o mínimo de esperança, posto que, o desespero da nossa sociedade só tem crescido.
O Brasil deixou de ser o país do futuro, no qual se cantava “sou brasileiro com muito orgulho e muito amor” e passou a ser o país em que a grande maioria dos nossos jovens entre 16 e 28 anos não vêem a hora de encontrar outro país que os acolham.
Politicamente já nos encontramos no fundo do poço e ainda assim, rumando no sentido do seu volume morto. A comprovar, basta que avaliemos o comportamento do Estado brasileiro nos quesitos educação, saúde e segurança pública. É com profunda tristeza que suspeito está nosso pais na ante-sala da convulsão social.
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