A revisão geopolítica do Estado da Bahia, tem sido o centro das discussões, sobretudo nas cidade de Ilhéus e Itabuna. A proposta de criação do Estado Bahia do Sul, foi ressuscitada de um antigo projeto, proposto pelo então deputado federal Fernando Gomes, falecido recentemente.
Quem faz pressão agora pelo retorno da proposta são lideranças políticas do sul e extremo sul da Bahia, capitaneado pelo Professor José Carlos Guilherme dos Santos, que com lideranças sulbaianas defendem a retomada do projeto que, em 2006, teve uma nova tentativa de discussão, desta vez por parte da então candidato a deputado federal Ronald Kalid (PSDB).
O objetivo é reunir deputados federais, estaduais, representantes da Associações dos Municípios, das Universidades Estaduais, bem como todos os prefeitos e vereadores dos municípios do sul e do extremo sul da Bahia. O projeto, que se encontra arquivado na Câmara dos Deputados, pode ser apresentado a qualquer momento por qualquer outro deputado que se dispuser a defender esta bandeira.
E mediante os relatos que tem sido feitos pelas lideranças políticas, é muito fácil do sulbaianos ser convencidos de que a única salvação para acabar com o isolamento da região é mesmo permitir que ela receba repasses diretos da União. As vantagens para o novo estado criado seriam imediatas e, possivelmente, solução para os maiores problemas da região, conforme justifica o coordenador da Comissão de Organização do Movimento de Criação do Estado Bahia do Sul.
Segundo o documento arquivado na Câmara, o reflexo imediato seria acabar com o isolamento político-administrativo da região devido à sua distância geográfica. “O desmembramento implicará, necessariamente, na efetiva integração ao restante do país e, sobretudo, obriga a uma efetiva atuação dos poderes constituídos”.
O sul da Bahia está mergulhado na pobreza, em meio a um mar de dificuldades e abandono. As deficiências vão dos transportes e saúde à educação, incluindo a falta de hospitais regionais. Transformado em Estado, o sul da Bahia passaria a ter representatividade no Congresso Nacional, com três senadores e, no mínimo, dezoito deputados federais, podendo receber recursos diretamente da União, tornando-se totalmente independente da Bahia.
A proposta concretiza um desejo da população do Sul e do Extremo Sul da Bahia. Os organizadores deste projeto, estão elaborando um Estudo de Viabilidade de criação do Estado da Bahia do Sul. O estudo apresentará uma radiografia completa da situação política, econômica, social e geográfica dos municípios que integrarão o novo Estado e mostrará que o governo da Bahia não será abalado em suas finanças, mesmo com sua área e população reduzidas e, consequentemente, terá reduzido também seus gastos com o custeio da máquina administrativa e das funções públicas que visam atender a população.
O Estado da Bahia ficará desonerado de investir volume considerável de recursos em infraestrutura econômica e social que necessitaria aplicar na sub-região a ser desmembrada, cuja demanda social e econômica “o atual governo baiano não tem conseguido atender adequadamente.
O médico Amilton Gomes é dos defensores do desmembramento da Bahia e cita o exemplo de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, divididos há 42 anos. Ele afirmou que o crescimento do Produto Interno Bruto dos dois estados tem sido muito superior ao do PIB nacional. “Se falarmos em qualidade de vida, então, é extraordinário. São milhões de empregos, aumento da produção e criação de riqueza para o povo da região”.
Ele lembrou ainda Tocantins, desmembrado de Goiás. Amilton afirmou que a região era um “corredor da miséria” e hoje a situação é diferente. “O desmembramento favorece o desenvolvimento do País e a diminuição das desigualdades regionais”, disse. O médico ainda argumenta: desmembrar estados é uma forma de atender de forma equânime a população e permitir uma vida digna mesmo morando no interior.
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