Vocês já imaginaram esta cena? Você chegar perto de um cavalo e dar um bom dia para ele? Isto seria vergonhoso se acontecesse diante de uma plateia. Com certeza, todas as pessoas iriam olhar para você com um semblante de surpresa, de estranhamento e pensariam que estão diante de uma pessoa com problemas mentais e emocionais.
Talvez seja neste sentido que o ditado “quem fala demais dá bom dia ao cavalo” nos convida a pensar. Outra leitura que podemos fazer sobre ele é a ideia de quem fala demais é aquela pessoa que fala o que não deve ser dito, no momento inoportuno e para a pessoa errada.
Este fato é muito comum de acontecer com as pessoas que estão em sofrimento psíquico. A tristeza, a angustia, a depressão e a ansiedade pressionam o sujeito a falar com a primeira pessoa que aparece pela frente. Sem nenhum critério na escolha do ouvinte, esta pessoa desabafa, não raras vezes, com indivíduos que não estão preparados para ouvir (assim como os cavalos). As consequências desta atitude podem ser desastrosas.
Opiniões e conselhos indevidos podem provocar mais estragos na vida daqueles que já estão sofrendo; fofocas no ambiente familiar, profissional e na comunidade em geral, nada contribuindo na solução do problema e pode causar o adoecimento coletivo. Muitas vezes quem ouve também tem suas dificuldades e nada vai poder fazer para ajudar;
Assim, precisamos aprender a falar com quem está preparado para ouvir. Além disto, falar com pessoas que possuem experiência, conhecimento técnico e estrutura emocional para conduzir o sujeito para uma melhor qualidade de vida. É neste contexto que, a psicologia, a medicina e os grupos de apoio específicos cumprem um papel fundamental no processo de recuperação do portador de sofrimento mental e psíquico.
Temos que aprender a falar o necessário para as pessoas certas, no momento certo. Só assim seremos capazes de superar nossas dificuldades.
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