O que se ouve diariamente na rádio Ativa e se ler em alguns blogs de Eunápolis, são demonstração de que boa parte da mídia deste município que chama a si própria de “grande”, ou de “regional”, ou coisa parecida, está se tornando um novo tipo de fenômeno - uma atividade que, definitivamente, não consegue mais operar de acordo com a sua natureza.
É como um navio em que os tripulantes querem navegar terra adentro, e não mar afora. Meios de comunicação, pelo entendimento geral que se tem a respeito das suas funções, servem para dar ao público informação sobre as realidades que existem à sua volta - é por isso que as pessoas recorrem aos seus serviços, e por nenhuma outra razão.
Cada vez mais, porém, parte da mídia eunapolitana vem se mostrando incapaz de exercer a sua atividade natural. Em vez de transmitir fatos, passou a transmitir calunias, injúrias, difamações e fake news; está se tornando uma religião, em que toda a energia se concentra em santificar o corrupto ex-prefeito Robério Oliveira (PSD) e satanizar a honesta, séria e ética Prefeita Cordélia Torres (DEM).
A rádio Ativa se transformou num palanque eletrônico, no qual os comunicadores comunicam o que acham certo, virtuoso e obrigatório para a sociedade, e não o que está acontecendo. O resultado básico disso é que o público é apresentado, o tempo todo, a uma Eunápolis que não existe.
Dizem que está acontecendo uma coisa e acontece outra — ou, frequentemente, acontece o contrário. Não é uma questão de ponto de vista; é algo que pode ser constatado com elementos que os advogados chamariam de “prova material”. A constante propagação de insinuações de supostos contratos e compras superfaturadas, é comprovação ativa dessa anomalia — um clássico, na verdade, em matéria de desinformação e fake news, com pretensão escabrosa e estapafúrdia, de se tentar persuadir a sociedade com a estratégia maquiavelica do "Rouba, mas faz" e que é normal permanecer gritando Barrabás!
A atividade de imprensa é uma missão, e não um ofício: dizer que a verdade é aquilo que se decide nas redações, e nada mais, tornou-se uma espécie de peleguismo. Essa gente julga que o público, para o seu próprio bem e para o bem da cidade, só pode ouvir o que os líderes da Quadriha dos Fraternos determinam que lhe deve ser dito.
Radialistas não gostam de admitir, nem para si próprios, que perderam a importância A cara de quem apresenta programa de rádio Fraterna em Eunápolis, tem sido essa, de maneira geral, nos últimos 14 meses — possivelmente, desde que foi consumada a acachpanate derrota do ex-prefeito Robério Oliveira (PSD).
É a vida diária da rádio Ativa, desde que se transformou em culto político e "boneca de ventríloquo": faz militância ativa em favor de uma visão de mundo e de vida, e, quando não tem apoio nos fatos, pior para os fatos. Obviamente, essa conduta gera consequências práticas. É uma espécie de engrenagem. Um veículo que coloca os desejos de seus donos acima das realidades acaba informando mal. Se informa mal, perde a credibilidade. Se perde a credibilidade, perde a importância.
É onde está a rádio Ativa no momento: uma mídia cada vez mais excitada e cada vez menos relevante. Realmente, se um comunicador diz uma coisa e acontece outra, e isso durante o tempo todo, qual a surpresa de ver as pessoas levarem cada vez menos a sério o que ele anuncia? Mais ainda, muita gente já nem se dá mais ao trabalho de utilizar essa emissora para se informar.
A "Ativa", nisso tudo, mostra um bloqueio mental curioso — em vez de aprender alguma coisa com a observação da realidade, e de pensar se não seria o caso, talvez, de rever o tipo de jornalismo que está praticando, faz o contrário: a cada fracasso, dobra a aposta.
Pensar no público, e indagar o que ele estaria achando de um noticiário que só erra, e erra sempre do mesmo lado, não é uma opção para a rádio dos Fraternos, que perderam a importância. Vivem entre si mesmos, ou então no meio do seu público — alienados e assemelhados —, e preferem continuar dizendo uns aos outros que são pessoas decisivas para estabelecer o que acontece em Eunápolis.
Na rádio de Robério não há nexo entre a realidade e o conteúdo editorial. A questão mais notável para seus comunicadores é permanecer mentindo sobre o que Cordélia já fez, está fazendo ou vai fazer do que eles estabelecem como errado. E este fato revela, que por lá, ninguém aprende nada nem esquece nada.
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