“Quem financia o tráfico de drogas?”. Sabe-se que os pobres são usados como isca para atrair “peixes graúdos” ou são cooptados como “soldados do tráfico”. O dinheiro que sai do bolso deles é insuficiente para bancar um negócio milionário. Não é novidade para ninguém, também, que a droga ilícita é consumida abertamente nas classes média e alta.
Com
a mudança na legislação, advinda com a Lei de Drogas, o usuário passou a ser
punido com pena alternativa e não pode mais ser preso em flagrante. Em que pese
a legislação não definir critérios objetivos para identificar quem trafica e
quem apenas usa, o usuário de drogas goza cada vez mais de regalias que o
encorajam a financiar o tráfico, com a desculpa de que o viciado deve ser
deslocado do âmbito penal para o âmbito da saúde pública.
No
entanto, apenas aqueles usuários que chegam ao fundo do poço assumem sua
condição, muitas vezes por iniciativa da família. A maioria se esconde sob o
manto do anonimato e simplesmente consome sem se importar com os efeitos do seu
vício à sociedade; sem a consciência de que está colaborando para fortalecer as
organizações criminosas.
Esses
usuários não estão à margem da sociedade. Não são marginais. Tem CPF, endereço
e profissão. São pessoas acima de qualquer suspeita, de todas as camadas
sociais. Para a maioria, usar drogas é apenas uma forma de extravasar. São,
muitas vezes, as vítimas da violência gerada a partir do tráfico de drogas.
Portanto, às vezes os mesmos que criticam as autoridades pelo aumento do poder das organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas são os que financiam essas organizações. Porque a única forma do tráfico ganhar dinheiro é com a venda da droga traficada.
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