Infelizmente, fake news fazem parte de nossas vidas. Notícias falaciosas até podem se enfraquecer e morrer com o passar dos dias, semanas, meses ou anos. O problema é que, nesse intervalo de tempo, as fake news também podem matar ou destruir a vida de pessoas. Me lembro quando o chamado caso Escola Base explodiu. Um casal de proprietários de uma instituição de ensino infantil e o motorista do transporte escolar foram acusados por duas mães de fazerem orgias com estudantes de 4 anos.
A imprensa
embarcou na história, um escândalo que renderia manchetes, sem verificar os
fatos. Jornalistas adotaram as denúncias como uma verdade e desgraçaram a vida
de inocentes. Neste caso, foi um erro absurdo de apuração jornalística, o qual
despertou intensos debates éticos. Mas o exemplo da Escola Base oferece a exata
medida de como notícias falsas podem impactar a vida das pessoas.
Até
mesmo fake news que surgem em pequena escala podem assumir proporções
aterradoras. Guarujá (SP), 5 de maio de 2014. Fabiane Maria de Jesus, 33 anos,
é amarrada, arrastada pelas ruas e linchada depois que boatos espalhados por
uma rede social davam conta de que ela sequestrava crianças. Até maio deste
ano, a família de Fabiane, que teve o rosto desfigurado, luta por indenização
do Facebook, a quem acusa de deflagrar o assassinato coletivo.
Fake news não são
inofensivas, como políticos querem fazer a população acreditar. Quase sempre as
notícias manipuladas são espalhadas com um propósito específico. Quase sempre
alguém tira vantagens pessoais de fake news, sejam elas eleitoreiras ou
financeiras. Quem dissemina notícias falsas compactua com a mentira e não pode
se eximir de suas consequências.
Espero que o Congresso e o Judiciário trabalhem com rigor na contenção e na coibição de informações inverídicas. As redes sociais tem cumprido o seu papel, ainda que timidamente, no rastreio e no banimento das fake news. Que isso ocorra sempre e sem tréguas. Para a nossa segurança e a nossa sanidade mental. E para o bem da verdade.
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