É inaceitável o preconceito e ele deve ser combatido com todas as forças. Não há como minimizar esse tipo de comportamento sórdido e retrógrado, que, aos olhos da lei, deve ser tipificado como crime, pois está na raiz de toda a violência que ceifa vidas de inocentes apenas por causa de sua orientação sexual, sua opção religiosa, por ser mulher, negro, indígena, por não se adequar ao que a sociedade define como padrão tradicional.
A
desculpa de que um comentário agressivo foi apenas uma brincadeira de mau
gosto, que deve ser relevado porque alguém bebeu um pouco além da conta naquele
churrasco familiar de fim de semana, deixou de caber no mundo civilizado que
todos anseiam. É esse tipo de complacência que estimula os preconceituosos a se
sentirem fortalecidos para continuar cometendo crimes. Acreditam que jamais
serão punidos.
Movido
pelo preconceito, o Brasil, infelizmente, tornou-se o país que mais mata gays,
transexuais, travestis. Também é um campeão em feminicídio. De cada 10 pessoas
assassinadas todos os anos, sete são negras. Os ataques contra indígenas estão
em disparada. Não há o menor respeito em relação a pessoas com deficiência. Por
onde quer que se olhe, a intolerância está latente. É impossível ter paz em uma
nação em que o preconceito está enraizado e pouco se faz para combatê-lo.
O
Brasil precisa, urgentemente, começar a reverter séculos de políticas
estruturais machistas, racistas e LGBTfóbicas. Isso se faz por meio de ações
consistentes nas áreas de educação, saúde, economia e segurança pública. O
preconceito, acrescenta ele, aumenta as desigualdades sociais, retarda a busca
por melhores condições de vida e por justiça.
É necessário que o Congresso encampe de vez projetos que punam aqueles que discriminam, que desrespeitam os que pensam e agem diferente. As conquistas até agora vieram com o apoio do Judiciário, que tem sido um farol no deserto perigoso do preconceito.
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