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23 de outubro de 2021

O DIABO NEM SEMPRE ESTÁ FORA DO LAR

Quanto mais cedo a criança se envolve com a violência, mais cedo ela perde a inocência!

Tem muita gente imaginando que satanás tem chifres, rabo e cheiro de enxofre. Esse ser maléfico está incorporado em pessoas cujas imagens são agradáveis; belas, serenas, charmosas, carismáticas e afáveis. Enganam, pois são como “lobos disfarçados de ovelhas”!

A postura de bom rapaz o colocava acima de qualquer suspeita. Até a família descobrir que, na verdade, tinha em casa um pedófilo. Entre as vítimas, estão as próprias irmãs do abusador, de 3 e 9 anos. Na família de classe média alta e entre os conhecidos, “ninguém poderia imaginar” que o estudante de medicina, de 22 anos, considerado respeitador, educado e pacato, é um predador sexual de crianças.

Nem mesmo diante de episódios estranhos envolvendo o estuprador ou quando as vítimas começaram a emitir sinais de que passavam por intenso sofrimento, com ansiedade, depressão e mudança de comportamento. Pois as estatísticas sobre violência sexual contra crianças mostram que o mal está, sim, bem próximo delas. A maioria dos abusos é cometida por pais, mães, avós, padrastos, irmãos, tios, primos, além de vizinhos e de pessoas do círculo familiar.

         Meninos e meninas são a maioria das vítimas de estupro e quase todos criminosos são conhecidos das vítimas, principalmente parentes. Muitas vezes, as crianças não compreendem que estão sofrendo violência, justamente porque o molestador é alguém conhecido, em quem têm confiança, portanto, não denunciam. Por isso, é importante conscientizá-las, com orientações conforme cada etapa do desenvolvimento delas. Se estiverem informadas, quando tocadas com desconforto, numa parte íntima, vão saber que algo está errado e conseguirão contar mais rápido.

         Os abusos sexuais contra crianças e adolescentes independem de classe social, nível de escolaridade ou religião. E as consequências são profundas na saúde física e mental e no desenvolvimento deles.

         Quem souber ou tiver suspeita de violência contra crianças e adolescentes pode denunciar em delegacias e Conselhos Tutelares, assim como pelo Disque 100, app Direitos Humanos ou no site da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ouvidoria.mdh.gov.br/), que funciona 24 horas, inclusive em feriados e fins de semana.

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