O Brasil comemora hoje duas datas importantes. O 12 de outubro é dedicado a Nossa Senhora Aparecida e também às crianças. A devoção à padroeira do País remonta a mais de 300 anos, quando uma imagem da Virgem Maria foi retirada das águas do rio Paraíba. Já o Dia das Crianças ganhou grandes dimensões como forma de promover a venda de brinquedos.
A data festiva
também deve servir para uma reflexão sobre a situação da infância no País. Embora
o Brasil tenha feito grandes progressos em relação à sua população mais jovem,
esses avanços não atingiram todas as crianças e todos os adolescentes
brasileiros da mesma forma. São milhões de crianças e adolescentes vivendo em
situação domiciliar de extrema pobreza (renda per capita mensal inferior ou
igual a um quarto de salário-mínimo) e em situação de pobreza (renda per capita
mensal de mais de um quarto até meio salário-mínimo).
A contradição é
que, desde 1990, o Brasil conta com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o
ECA, sancionado pelo então presidente Fernando Collor. O ECA estabelece, entre
outras medidas, a ampliação do acesso de crianças e jovens em escolas;
instituição de programas de enfrentamento à exploração sexual e ao trabalho
infantil.
Na prática,
infelizmente muitas dessas medidas ainda não são cumpridas. Enquanto isso,
nossas crianças ainda vivem sob a marca da vulnerabilidade, pois, em muitos
casos, aquilo que está na lei ainda não saiu efetivamente do papel.
O Brasil tem uma
das legislações mais avançadas do mundo no que diz respeito à proteção da
infância e da adolescência. No entanto, é necessário adotar políticas públicas
capazes de combater e superar as desigualdades geográficas, sociais e étnicas e
celebrar a riqueza de sua diversidade.
Só assim, todas as crianças, independentemente de cor, raça, credo e condição social poderão comemorar esse dia com tudo a que têm direito.
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