Nelson Rodrigues dizia que se a ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades, a burrice é uma força da natureza. A burrice é a incapacidade de articular e usar corretamente a informação que a pessoa possui. Uma pessoa burra consegue fazer o mal ao outro, mas também a si-mesma sem perceber a relação de causa e efeito entre a sua ação e o mal que vem a suportar.
Pode-se dizer
que a burrice é, em certo sentido, uma categoria moral, na medida em que produz
efeitos na esfera de terceiros. Mas, não raro, ela caminha junto com a
arrogância e a prepotência que não permitem a alguém desvencilhar-se da própria
burrice.
O Burro defende
o indefensável porque é incapaz de entender as consequências dessa defesa,
inclusive para ele próprio. Pensem na manifestação em defesa do “direito de não
ter direitos”. Uma vez vitoriosa, a “tese” levaria à perda do direito de se
manifestar. Pensem na “defesa da tortura” que coloca o manifestante na condição
de potencial alvo dessa prática contrária à defesa da dignidade da pessoa
humana.
O Burro é vítima
da crença, efeito de sua falta de reflexão, de que ele não passa de uma
mercadoria, cujo valor é muito abaixo do que é cobrado e que os mentirosos,
acabam por não merecer crédito ainda que digam verdades.
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