Deve ser muito
dolorido ter um parente desaparecido. Percebo isso nas reportagens que abordam
esse assunto e recentemente li sobre um fato estarrecedor: todos os dias, no
Brasil, mais de 200 famílias passam pela angústia de ter um ente querido
desaparecido.
Segundo Relatório divulgado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, os desaparecimentos são classificados de três formas: voluntário, involuntário (causado por algum fator externo) e o forçado (sequestros realizados por civis ou agentes de Estados autoritários). O terceiro tipo é
o mais assustador para as famílias. Redes de pedofilia, tráfico de órgãos, prostituição e escravidão moderna estão entre os motivos para um desaparecimento forçado.Desde 2018, muitos
estados e o DF passaram a informar o número de pessoas encontradas. Um maior
número de estados passou a organizar e reportar registros de desaparecimento.
E, finalmente, em 2019, uma lei federal estabeleceu a Política Nacional de
Busca e o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. Mesmo assim, muitas
famílias continuam sem notícia do paradeiro se entes queridos.
Para combater esse
problema, a Cruz Vermelha recomenda, entre outras medidas, o estabelecimento de
um mecanismo nacional para tratar o tema, com o objetivo principal de
esclarecer o paradeiro da pessoa desaparecida; a criação de centros de
referência em todas as cidades onde for identificado um número significativo de
famílias de pessoas desaparecidas; e a instituição de uma rede nacional de
assistência jurídica para casos de desaparecimento, composta por representantes
das Defensorias Públicas e dos Ministérios Públicos dos estados, da Defensoria
Pública da União e do Ministério Público Federal.
É preciso também implementar uma rede nacional de atenção à saúde dos familiares de pessoas desaparecidas, que vivem consequências graves para saúde física e mental. É preciso estabelecer mecanismo que facilitem a localização das pessoas desaparecidas para que as famílias possam ter um pouco de paz, senão pela volta de seu ente querido, mas pelo menos por esclarecimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.