A resistência é uma pintura que se move e uma música que pensa! |
Não pode acabar e ficar tudo igual. Não
pode, precisamos melhorar. O discurso raso de “que tudo ficará bem” não cabe
mais. Precisamos, devemos e vamos superar, mas devemos sair dessa batalha
melhores. Há uma dor silenciosa quando vemos um filho apenas por vídeo, quando
seus pais são do grupo de risco ou quando familiares estão longe, com seu país
no ápice da curva. Há uma ansiedade, uma angústia frente ao desconhecido – e
realmente desconhecido inimigo. Uma ansiedade em relação ao futuro. E mesmo
assim, há que se estar lutando. Por isso, repito: precisamos sair desse momento
melhores! É o mínimo que o Universo nos pede. Vemos comerciais, apelos
políticos (afinal estamos em ano de eleições) e, certamente, digo que
muito
compreensível - angústia de setores privados. Comércio, indústria, prestação de
serviços etc... Não está fácil para ninguém. De verdade. Mas nenhuma vida
compensa esse esforço. Já vimos que o coronavírus não separa ministros,
presidentes e idosos abandonados. Já chegou em crianças, profissionais de saúde
e políticos. É um fato! Precisamos olhar o inimigo de frente. Ver suas armas.
Ver suas fraquezas. E lutar! E, pelo comportamento viral, vejo que manter o
isolamento é fundamental. Vida (poderia ser sua mãe) não volta mais. Prejuízos
e reorganizações econômico-governamentais se fazem. Primeira e Segunda Guerras
mostraram isso. A Crise de 1929 reafirmou. Mas perder um ente querido por
insuficiência do sistema, por relaxamento de medidas sociais simples, por
pensar só no seu negócio.... jamais nos perdoaremos! Enfim, um tempo de
isolamento e sensação de perda de controle. Ninguém de nossa geração pensara
passar por este momento. Parecia apenas filme de ficção. E hoje bate à nossa
porta, causando, além da própria doença, de prejuízos econômicos a
descompensação emocional. A ansiedade natural, nossa aliada em situações de
perigo, passa a ser patológica. Crises de pânico, violência doméstica, abuso de
álcool, insônia, depressão. A pandemia trouxe à tona também problemas
psiquiátricos. E precisamos estar atentos também a isso. Cuidar de nosso
bem-estar psíquico é fundamental para enfrentar a pandemia (que em nosso Brasil
ainda não teve seu ápice) e as consequências dela: isolamento, desemprego, perda
de entes queridos, entre tantos. E qual deve ser a ação?! Ficar. Sossegar.
Estar. Curtir. Observar. Pedir ajuda. Tratar. E mesmo fazendo tudo isso,
teremos problemas? Claro! Somos novos nessa coisa de relações humanas. Somos
novos sobre ficar só em família, estamos engatinhando em amar ao próximo, em
solidariedade comunitária. Nossa parcela egoísta ainda é grande. Minha dor
ainda é a maior de todas. Mas hoje o mundo dói. Mas estamos aqui para crescer.
Evoluir. Ser mais a nós e aos próximos. E afinal não.... não queremos que tudo
volte ao normal. Precisamos melhorar!
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