Existem homens presos na rua e livres na prisão! |
Itabuna está com
superlotação em seu presídio regional. A população carcerária da cidade é mais
do triplo da capacidade do sistema prisional. A unidade carcerária foi
construída para 480 presos e já possui, quase 1.500 amontoados em celas fétidas
e de condições sub-humanas. Itabuna tem hoje uma das maiores populações
carcerárias da Bahia, com crescimento exponencial nas últimas décadas. Mesmo assim,
a violência só fez aumentar. Embora as estatísticas mostrem que prender mais
não resulta necessariamente na redução da violência, o senso comum é de que é
preciso construir mais presídios. Boa parte da população veem o combate à
violência e à criminalidade apenas pelo
lado da repressão, incluindo a redução
da maioridade penal e a instituição da pena de morte. Há pouca discussão sobre
políticas de prevenção. A principal causa das prisões é a droga, e a maior
parte dos detentos é pobre e negra. O sistema prisional acaba funcionando como
um depósito de gente e uma universidade do crime. O advogado e coordenador da
Pastoral Carcerária de Itabuna, David Pedreira, defende que a prisão deve ser
destinada apenas àqueles que de fato representam um perigo à sociedade e por
isso devem ser privados de liberdade. É preciso separar os acusados ou
condenados por crimes de baixo impacto social dos que praticam crimes bárbaros,
chocantes ou hediondos. É imperioso impedir que autores de delitos não graves
caiam nas garras dos Raios A, B e DMP, que dominam o presídio DE Itabuna e
ampliam cada vez mais seus tentáculos. Para isso existem as penas alternativas,
com outras formas de pagar a dívida com a sociedade. O combate à violência
passa pelo melhor aparelhamento das polícias, com agentes bem treinados e com
bons salários, além de investimento em inteligência, mas também por políticas
sociais voltadas principalmente para os jovens da periferia.
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