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28 de fevereiro de 2020

O ESTADO PERMANECE “ENXUGANDO GELO” NO PRESÍDIO DE ITABUNA

Existem homens presos na rua e livres na prisão!
Itabuna está com superlotação em seu presídio regional. A população carcerária da cidade é mais do triplo da capacidade do sistema prisional. A unidade carcerária foi construída para 480 presos e já possui, quase 1.500 amontoados em celas fétidas e de condições sub-humanas. Itabuna tem hoje uma das maiores populações carcerárias da Bahia, com crescimento exponencial nas últimas décadas. Mesmo assim, a violência só fez aumentar. Embora as estatísticas mostrem que prender mais não resulta necessariamente na redução da violência, o senso comum é de que é preciso construir mais presídios. Boa parte da população veem o combate à violência e à criminalidade apenas pelo
lado da repressão, incluindo a redução da maioridade penal e a instituição da pena de morte. Há pouca discussão sobre políticas de prevenção. A principal causa das prisões é a droga, e a maior parte dos detentos é pobre e negra. O sistema prisional acaba funcionando como um depósito de gente e uma universidade do crime. O advogado e coordenador da Pastoral Carcerária de Itabuna, David Pedreira, defende que a prisão deve ser destinada apenas àqueles que de fato representam um perigo à sociedade e por isso devem ser privados de liberdade. É preciso separar os acusados ou condenados por crimes de baixo impacto social dos que praticam crimes bárbaros, chocantes ou hediondos. É imperioso impedir que autores de delitos não graves caiam nas garras dos Raios A, B e DMP, que dominam o presídio DE Itabuna e ampliam cada vez mais seus tentáculos. Para isso existem as penas alternativas, com outras formas de pagar a dívida com a sociedade. O combate à violência passa pelo melhor aparelhamento das polícias, com agentes bem treinados e com bons salários, além de investimento em inteligência, mas também por políticas sociais voltadas principalmente para os jovens da periferia.

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