Somos ávidos para julgar e lentos para acolher! |
Me causa indignação ver um pai ou uma mãe
descarregando problemas nos filhos. Brigas e ofensas ditas na frente das
crianças podem ter uma grande, e desnecessária, contribuição na formação desses
jovens. No divórcio, alguns adultos usam os filhos, frutos da união que já
existiu, para fazer guerra psicológica. Colocar uma criança no meio disso é um
dos maiores pecados contra a família. Isso é a chamada alienação parental.Em
alguns casos, os pais ignoram a responsabilidade sobre uma vida e transferem os
seus deveres para terceiros. Esses não podem e nem merecem cobrar respeito das
crianças um dia. A família é tão fundamental para a formação de uma pessoa,
que, segundo diversas pesquisas, a maioria dos adolescentes em conflito com a
lei internados nos Centros Socioeducativos não possui a presença paterna em
casa. Nessas situações, ou o pai está preso ou ele nunca assumiu o filho. Os
mais sortudos pelo menos recebem uma pequena ajuda financeira no final do mês. Crianças
que vivenciam a violência dentro da própria casa, local onde deveriam ser
amparadas, podem se tornar adultos infelizes, revoltados e indisciplinados. Eu
vejo constantemente campanhas na mídia pedindo um mundo melhor, mas,
francamente, será que todos nós fazemos a nossa parte? Será que somos pacientes
com as nossas crianças? Nós realmente contribuímos positivamente para o
desenvolvimento adequado dos jovens? Culpá-los quando cometem uma besteira, todos
sabem. Porém, chegar perto, sentar ao lado e conversar para diagnosticar o real
motivo por trás de uma atitude, nem sempre é uma opção. A verdade é que
enquanto não deixarmos de sermos pais estúpidos e pessoas indiferentes, não
conseguiremos dormir tranquilos à noite. Ou vão nos roubar, ou vão nos tirar a
vida. Porque os assassinos são filhos de alguém, e muito provavelmente, não
tiveram amor no seio familiar. Se você tem a chance de ser uma referência
positiva na vida de alguma criança, seja. Não espere o amanhã. Vidas podem ser
salvas por meio dessa ação. Talvez você não enxergue isso hoje, mas, um dia, os
frutos estarão doces na árvore, prontos para serem degustados.
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