Não se pode confundir assédio sexual com galanteios! |
Cuidado com o que pensa e o que fala, esqueça elogios, gestos
carinhosos e admiração por uma mulher. Nada de convite para um drink e um
simples beijinho no rosto, um abraço afetuoso, claro, isso pode lhe condenar
por tentativa de assédio. Se for receber uma colega para tratar de assunto de
trabalho cuide de deixar a porta da sala escancarada para evitar qualquer tipo
de suspeita de abuso. Pelo sim, pelo não, converse de cabeça baixa, pois um
simples olho no olho poderá ser interpretado como atitude inconveniente e a
interlocutora se transformar em vítima denunciando o “cara de pau” que lhe
encarou. Essas são as novas regras do jogo na relação homem e mulher após os
últimos eventos ocorridos no presente e resgatado do passado bem distante.
Assédio é crime previsto no Código Penal Brasileiro há quase duas décadas. A
revista Veja desta semana trouxe matéria com o título: “Não senhores, não pode
mais”, assinada pelos jornalistas Fernanda Bassette e João Pedroso de Campos,
que, no meu modesto entendimento deixa transparecer certo exagero com tema que
deve e tem que ser tratado com a importância que merece. Empresas já preparam
seus colaboradores masculinos para que se mantenham distantes e evitem algumas
atitudes no ambiente de trabalho com colegas do sexo oposto, principalmente os
chefes. Quem poderia imaginar que em tempos de tanta independência, avanços
culturais e tecnológicos seria isso possível acontecer na relação entre colegas
trabalhadores? Escreveu o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, morto neste
final de semana: “Minha grande dúvida: foi o macaco que melhorou ou foi o homem
que piorou?”. Uma denúncia vazia, sem prova ou testemunho, pode levar um
cidadão aos tribunais da sociedade e da justiça condenado como insolente tarado
sexual. Basta a mulher, por um sentimento de rejeição, ciúme, um desequilíbrio
psicológico, denunciar o infeliz colocando-se na condição de vítima de assédio.
“Gestos como abrir a porta, por exemplo, uma manifestação de cavalheirismo para
a maioria, já podem parecer ofensivos para algumas mulheres, que enxergam ali
um galanteio indevido”, escrevem os autores da matéria na revista. Tocar numa
mulher abusivamente, insinuar gestos pornográficos nos transportes públicos ou
onde quer que seja; persegui-la no trabalho e no convívio social com atitudes
claramente machistas e abusivas. Esse elemento deve ser punido com rigor por
explícito desrespeito e assédio. O combate à violência sexual contra as
mulheres é uma luta sem tréguas. Infelizmente, elas continuam vítimas às vezes
fragilizadas em qualquer idade, dentro das suas próprias casas. O histórico é
longo e chocante! A intolerância passa dos limites. As pessoas não constroem
lares, famílias, sem antes se envolverem com os encantos da sedução, palavras
elogiosas, troca de olhares, paixão que explode no coração e se faz amor para
uma vida inteira. É preciso ter cuidado para não confundir uma respeitosa e
cavalheiresca simpatia, o elogio ao suave aroma de um perfume feminino, com
assédio sexual.
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