Somos melhores que nós mesmos, em nossos próprios quadrados |
Não
falta quem acredita e diz que todas as pessoas possuem o direito de perder a
razão ao menos uma vez por dia. O perigo estaria em ultrapassar essa hora.
Alguns vão além, muito além. As principais decisões da vida estão influenciadas
pelo princípio da razão. Os dilemas que angustiam o coração, as incertezas das
escolhas e a definição dos caminhos passam pelo crivo da sensatez de suas
ponderações. No mundo dos sentimentos acontecem os grandes choques das emoções.
O desencontro das afeições com o resultado das escolhas. O confronto entre o
idealizado e o sabor da realidade. A divisão inevitável das qualidades que unem
e os defeitos que afastam. As desilusões que maltratam a rotina dos seres humanos.
A construção da vida apesar das dificuldades, decorrentes de uma perfeição que
não existe e dos antagonismos que misteriosamente atraem. As diferenças que
quebram modelos mas edificam caminhos de suaves surpresas. As regras
contraditórias, os feitiços que encantam e desencantam os corações – compõem os
diversificados fenômenos da existência humana. E há quem diz, que o coração tem
razões que a própria razão desconhece – uma sentença transformada em princípio
na busca de justificar os gestos e as escolhas da vibração íntima dos
enamorados. A vida não seria, nessa visão, uma disciplina dos afetos. Antes, um
jogo de fortes emoções. Decidido pela força da razão que não cultiva apenas
lógicas, mas os acontecimentos que se erguem e se inspiram nas promessas de um
novo alvorecer. Na história de cada um as páginas da felicidade estão vazias.
Os registros das alegrias precisam – da força da razão para gerar a crença no
futuro e dos ímpetos do coração para alimentar os encantos da longa caminhada. Os
embates entre os poderes do coração e a força da razão se rendem perante os
fatos que proporcionam entusiasmos aos seus ardorosos personagens, rebeldes aos
ditames do tempo e das circunstâncias.
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