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12 de junho de 2016

NÃO SE VENCE A VIOLÊNCIA ISOLADAMENTE

O Estado é acéfalo, omisso e inabilitado no combate à violência
O Brasil ocupa a sétima posição entre os 95 países que mais sofrem com casos de homicídio. De acordo com o Mapa da Violência 2015, mais brasileiros são mortos do que na maioria dos países com conflitos armados no mundo. O estudo mostra também que, em um universo de 85 países, o Brasil ocupa a terceira posição em relação à taxa de homicídios de jovens entre 15 e 19 anos. São 54,9 mortes a cada 100 mil. Esse talvez seja um dos dados mais preocupantes. As vítimas, em sua maioria, são os jovens na faixa de 15 a 29 anos de idade, faixa que só tem 25% da população. Nesse segmento, 93% das vítimas são homens e com baixa escolaridade. Além disso, a arma de fogo foi usada em 81,9% dos homicídios de adolescentes de 16 anos. As vítimas preferenciais têm cor, gênero, idade e território definidos. Negros, jovens, do sexo masculino e moradores do Nordeste são a parcela da população com o maior índice de vulnerabilidade à violência, associado a outros indicadores de risco como pobreza, desigualdade e frequência à escola. Especialistas dizem que, no caso brasileiro, o problema tem várias causas, entre elas a evasão escolar, drogas, ocupação desordenada do espaço urbano e acesso a armas de fogos. Há, de um lado, a pobreza, a falta de condições e de oportunidades da juventude pobre, negra e de periferia no Brasil. Por outro lado, há a cooptação de parte desses jovens vulneráveis pelas organizações criminosas. Chama a atenção o fato de que, num período de 10 anos, diminuiu o número de jovens brancos mortos e aumentou o número de jovens negros mortos. Por isso, não adiantaria atuar de modo isolado sobre um aspecto ou outro, nem uma instituição atuar de modo isolado. É preciso atacar as causas primárias da violência e da criminalidade. Para combater o problema, são necessárias medidas de inclusão social, que se dão por uma forte ação de políticas municipais e estaduais, mas, decisivamente, de políticas nacionais. É preciso um grande pacto nas três esferas de poder pela diminuição do homicídio de jovens. O foco da política de segurança tem que estar muito claro.

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