Somente a educação é alternativa para formar cidadão! |
A cada momento da vida nacional, renova-se a necessidade de se adotar medidas urgentes e positivas buscando evitar lamentações e manifestações que se chocam. De um lado, os que defendem a redução da maioridade penal e, do outro, um grupo que vem se posicionando contrariamente ao argumento de que cadeia não corrige, mas apenas serviria de “escola do crime”. Venho defendendo há mais de um década, com argumentos escritos, entrevistas e palestras, a alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esclarecendo que a pena máxima de 3 anos aplicada ao menor de 18 anos que cometeu um crime hediondo revela-se demasiadamente pequena em face do dano causado por sua repudiada ação. O assunto agora voltou à tona, sendo novamente debatido no país. Estranha-se a posição de algumas pessoas, que buscam justificar sua posição contrária à redução da idade penal porque, segundo elas, o Brasil tem a maior população carcerária do mundo. Seria culpa das vítimas dos delitos de tamanha crueldade ou dos governos e políticos, que se omitem ou retardam as soluções? O curioso e revoltante é que só ressurgem os questionamentos e as discussões sobre essa questão, quando uma tragédia desse tipo ocorre! Depois, o silêncio e a cumplicidade. A realidade está em povoar penitenciárias de concreto ou encher cemitérios de corpos de inocentes e vítimas de tamanha violência. Casarões para abrigar gente dessa espécie humana, é fácil de se construir, agora, ressuscitar cadáveres, jamais. Some-se a isso a dor imensa das famílias diante da perda irreparável de um ente querido, o medo, a insegurança, o tormento e a angústia da população. Se o governo prefere criar ministérios, agências reguladoras, que nada regulam e servem apenas como “cabides de emprego”, e outros penduricalhos perfeitamente dispensáveis (tudo isso com o beneplácito do Congresso) em detrimento de políticas públicas tão decantada e esquecidas logo após as campanhas, a culpa não é das vítimas. Pensem os opositores na hipótese de serem também vítimas (não desejamos por hipótese alguma esse tormento). Nesse infame e diabólico estupro coletivo, a matéria é pautada e discursos inflamados e promessas mirabolantes reaparecem sobretudo neste momento próximo às importantes eleições municipais. Contudo, nenhuma solução positiva se concretiza.
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