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30 de maio de 2016

É PRECISO AGILIZAR A BUSCA DE UM LAR PARA OS ANJOS ÓRFÃOS

Itabuna possui o único orfanato do sul da Bahia, onde dezenas de
crianças esperam ansiosas adoções que lhe deem uma família
Existem hoje, em Itabuna, dezenas de crianças e adolescentes em condições de serem adotadas e centenas de famílias na lista de espera do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Com tantas pessoas dispostas a acolher uma criança sem família, não há como não questionar o fato de que o número de meninas e meninos do cadastro não para de crescer. Na avaliação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a resposta pode estar na discrepância que existe entre o perfil da maioria das crianças do cadastro e o perfil de filho, ou filha, imaginado pelos que aguardam na fila da adoção. Nacionalmente, verifica-se que o perfil das crianças e adolescentes cadastrados no CNA é destoante quando comparado ao perfil das crianças pretendidas. Apesar de o número de adoções ter crescido cerca de 50% no último ano, o perfil das crianças adotadas na Bahia ainda é o mesmo: em sua maioria são meninas brancas e na faixa etária de 3 a 4 anos. Outro fator que costuma ser sério entrave à saída de crianças e adolescentes das instituições de acolhimento, de acordo com as estatísticas do CNJ, é a baixa disposição dos pretendentes para adotar mais de uma criança ao mesmo tempo, ou para receber irmãos. Como os juizados de Infância e Adolescência dificilmente decidem pela separação de irmãos que foram destituídos das famílias biológicas, as chances de um par de irmãos achar um novo lar é muito pequena. Conforme pesquisa do CNJ, somente 9,5% dos pretendentes à adoção aceitariam crianças com mais de cinco anos. O cadastro, entretanto, possui uma elevada quantidade de crianças acima desse patamar, situação que cria um potencial impasse no qual parte da população de crianças em estado de vulnerabilidade pode se tornar aquilo que se convencionou chamar de "filhos do abrigo", porque acabam passando toda a infância nas unidades de acolhimento. É fundamental modificar esse quadro. Além de tornar o processo o menos burocrático possível, é preciso incentivar a adoção tardia, para dar a essas crianças mais velhas a oportunidade de ter um lar. Isso exige uma mudança de paradigmas e a superação de preconceitos.

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