A prefeita Lidiane Rocha está
presa desde o último dia 28,
quando se entregou à Polícia
Federal no Maranhão
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A pedido do Ministério Público do
Maranhão, a Justiça bloqueou 4,1 milhões de reais em bens da ex-prefeita de Bom
Jardim, Lidiane Rocha (PP). As empresas A. O da Silva e Cia LTDA e A4 Serviços
de Entretenimento e seus proprietários também tiveram os bens bloqueados, no
valor de 1.377.299,77 reais e 2.788.446,67 reais, respectivamente, por
supostamente participarem de esquema de corrupção. A decisão saiu no dia 21 de
setembro, mas só foi divulgada nesta quarta-feira. A "prefeita
ostentação", como ficou conhecida, está presa desde o dia 28 de setembro
no quartel dos Bombeiros da capital maranhense. Ela se entregou à Polícia
Federal depois de ficar 39 dias foragida. Vaidosa, Lidiane, de 25 anos, exibia
nas redes sociais uma vida luxuosa incompatível com sua declaração de bens
apresentada à Justiça Eleitoral em 2012 - ela não declarou bens registrados em
seu nome. As extravagâncias da Lidiane chamaram a atenção em Bom Jardim, cujo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está entre os menores do país. A decisão
é resultado de duas ações civis públicas por atos de improbidade
administrativa. Um dos acusados é o ex-secretário municipal Beto Rocha,
ex-marido de Lidiane. Ele chegou a ser preso em 20 de agosto pela Polícia
Federal, na Operação Éden. As ações questionam duas licitações irregulares da
prefeitura que envolvem as empresas A. O da Silva e Cia LTDA e A4 Serviços de
Entretenimento. A primeira foi "vencedora" da licitação para a
reforma de treze escolas municipais de Bom Jardim. Na verdade, conforme
informou o Ministério Público, ela funcionava apenas de fachada e foi a única
empresa que concorreu ao processo de licitação, no valor de 1.377.299,77 reais.
O Ministério Público disse que ainda que apenas quatro unidades foram
reformadas e que foram bloqueados os bens do proprietário Antonio Oliveira da
Silva, vulgo Zabar, e de Karla Maria Rocha Cutrim. A empresa também apresentou
outras irregularidades: não foi apresentado projeto básico; as certidões
negativas de débitos foram emitidas após a sessão que deveria recebê-las; e não
há nos autos documento que comprove a qualificação técnica da empresa, entre
outros vícios. Já a A4 Serviços de Entretenimento estava relacionada a um
processo licitatório para locação de veículos, com contrato no valor de
2.788.446,67 reais. Nesse caso, a promotoria também entendeu que ela é apenas
de fachada, "pois não possui nenhum veículo em seu nome e nem sede, e os
seus sócios não tinham qualquer controle sobre os motoristas contratados para
executar o serviço". Além de Lidiane, também tiveram os bens bloqueados os
empresários Fabiano de Carvalho Bezerra e Raimundo Nonato Silva Abreu Júnior; o
motoboy Anilson Araújo Rodrigues; e o contador e pregoeiro do município Marcos
Fae Ferreira França.
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