Tão importante quanto prender corruptos é impedir a corrupção |
Ainda que o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público e até a Polícia Federal sejam questionados por políticos e militantes inconformados com a investigação do esquema de corrupção da Petrobras, que compromete simpatias e ideologias, a devolução de mais de R$ 157 milhões do dinheiro roubado já justifica toda a Operação Lava-Jato. Nunca na história desse país se viu o dinheiro desviado do povo brasileiro para o Exterior voltar dessa maneira. Por isso, os acordos de delação premiada, que estão possibilitando à Justiça confirmar a roubalheira, devem ser seguidos de acordos de tolerância, como alternativa para facilitar a devolução dos recursos subtraídos da estatal por parte das empresas corruptoras. Lamentavelmente, por mais que o esforço empreendido agora seja de proporções inéditas, nem todo o dinheiro desviado nessa operação de assalto aos cofres públicos acabará retornando ao local de origem. Ainda assim, é importante que essa mobilização se mantenha. A Petrobras precisa reaver o montante mais próximo possível dos R$ 6 bilhões que teriam sido desviados pelo conluio entre petistas e seus comparsas; corruptos e corruptores. Daí a importância de que os acordos com as empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato preservem o rigor da lei, mas se empenhem em recuperar cada centavo desviado. Como a corrupção na estatal não se constitui no único caso desse tipo, e provavelmente não será o último, é oportuna a recomendação do juiz responsável pela operação de que pelo menos parte dos recursos sejam usados para qualificar seus sistemas de controle interno. O país precisa resgatar o dinheiro surrupiado na Petrobras, mas também instituir formas de acabar definitivamente com a roubalheira no setor público.
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