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Câmara

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22 de setembro de 2015

QUEM ESPANCA E MATA BANDIDO TAMBÉM É BANDIDO

O que são todos que praticaram esta selvageria exposta nesta foto?
A população tem medo e sente-se desamparada pelas autoridades da segurança pública, mas não há justificativa para linchamentos, como o que tem ocorrido em várias cidade baianas, e muito menos para execuções que, cada vez mais comuns em toda a Bahia, atingem casos recorrentes, principalmente, em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista. Justiçamento sem Justiça é barbárie sempre, sejam as vítimas criminosas ou inocentes. Por mais que a sociedade se sinta indignada diante da falta de segurança e da sensação de impunidade, não pode haver espaço para a confusão de justiça com vingança. Os sulbaianos, que há alguns anos se sentem a cada dia mais inseguros tanto em suas próprias casas quanto ao se movimentar pelas ruas, têm ainda mais razões para se preocupar agora diante da crise das finanças governamentais. O Estado não cuidou da segurança do povo do sul da Bahia, quando as finanças dele dependiam dos recursos do cacau e agora. As corporações da área de segurança pública garantem fazer o possível, mas é evidente a redução do número de servidores em atividade. E é esse vazio de Estado, perceptível também pelo descaso em aspectos como iluminação pública, que favorece a ocupação das ruas por assaltantes, como o suspeito espancado e executado por populares. Por mais que a população tenha razões para se sentir desprotegida, nada justifica que cidadãos decentes se igualem aos criminosos. Da mesma forma, e independentemente da falta de recursos orçamentários, o Estado não pode abrir mão de seu papel constitucional de proteger os cidadãos, com ênfase em ações preventivas. Sem esses cuidados mínimos, o que hoje é falta absoluta de segurança vai se transformar em selvageria.

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