O que são todos que praticaram esta selvageria exposta nesta foto? |
A população tem medo e sente-se desamparada pelas
autoridades da segurança pública, mas não há justificativa para linchamentos,
como o que tem ocorrido em várias cidade baianas, e muito menos para execuções
que, cada vez mais comuns em toda a Bahia, atingem casos recorrentes,
principalmente, em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.
Justiçamento sem Justiça é barbárie sempre, sejam as vítimas criminosas ou
inocentes. Por mais que a sociedade se sinta indignada diante da falta de
segurança e da sensação de impunidade, não pode haver espaço para a confusão de
justiça com vingança. Os sulbaianos, que há alguns anos se sentem a cada dia
mais inseguros tanto em suas próprias casas quanto ao se movimentar pelas ruas,
têm ainda mais razões para se preocupar agora diante da crise das finanças
governamentais. O Estado não cuidou da segurança do povo do sul da Bahia, quando
as finanças dele dependiam dos recursos do cacau e agora. As corporações da
área de segurança pública garantem fazer o possível, mas é evidente a redução
do número de servidores em atividade. E é esse vazio de Estado, perceptível
também pelo descaso em aspectos como iluminação pública, que favorece a
ocupação das ruas por assaltantes, como o suspeito espancado e executado por
populares. Por mais que a população tenha razões para se sentir desprotegida,
nada justifica que cidadãos decentes se igualem aos criminosos. Da mesma forma,
e independentemente da falta de recursos orçamentários, o Estado não pode abrir
mão de seu papel constitucional de proteger os cidadãos, com ênfase em ações
preventivas. Sem esses cuidados mínimos, o que hoje é falta absoluta de
segurança vai se transformar em selvageria.
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