Há quem identifique Lula como mais gangster que José Dirceu |
Tanto quanto o retorno do
ex-ministro José Dirceu à prisão, que já cumpria pena domiciliar por seu
envolvimento no mensalão, o nome da nova fase da Operação Lava-Jato atinge
diretamente o partido que dá sustentação ao governo. Pixuleco, segundo o
depoimento de um dos delatores, era a expressão utilizada pelo tesoureiro João
Vaccari Neto para cobrar a propina correspondente ao partido dos recursos
subtraídos da Petrobras. O que impressiona é que o comandante do mensalão,
conforme as conclusões da ação penal no Supremo, agia em nome do partido que
está no governo também no caso da Lava-Jato, enquanto exercia a função de chefe
da casa Civil do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. José Dirceu
foi, durante pelo menos dois anos, até ser afastado da Casa Civil, em 2005, o
todo poderoso coordenador das ações políticas do governo, chegando a ser
definido pelos próprios companheiros como primeiro-ministro. Com a nova prisão,
esperada pelo próprio Dirceu, que havia tentado a obtenção de habeas corpus
preventivo, confirmam-se os indícios de que os grandes casos de corrupção têm
conexão entre si. No mensalão, a lógica era a obtenção de vantagens financeiras
para sustentar a cumplicidade de aliados. Nas ações agora flagradas pela
Lava-Jato, o sistema era mantido pelo pagamento de propinas, para os partidos e
para os que recebiam as contribuições. São cada vez mais fortes as suspeitas de
que prestadores de serviços da Petrobras eram usados para favorecimento
financeiro não só de agremiações, mas de pessoas. Os desvios caracterizam,
portanto, delito cometido em nome da política e de interesses pessoais. Polícia
federal, Ministério Público e Justiça estão com a missão de esclarecer como o
ex-poderoso chefe da Casa Civil envolveu-se nos dois maiores escândalos de
corrupção da República.
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