Não dar para reeleger prefeitos e vereadores ruins e/ou petistas |
No Brasil impera a ideologia infundada de que a
criminalidade e a violência são fruto da desigualdade social e da pobreza. Algo
como se todo pobre fosse impelido ao crime, enquanto os abonados, embora
malvados capitalistas, se distanciam dos atos criminais. Os adeptos desse
pensamento apenas esquecem, propositalmente ou não, de que cometer um crime é e
sempre será uma escolha individual e consciente, independente da classe social.
A diferença entre ricos e pobres é que, os primeiros, quando decidem cometer
crimes, escolhem o estelionato, as falcatruas, a corrupção, a gestão
fraudulenta, as licitações forjadas e, não raramente, acabam na política. Os
pobres, por pura falta de outros instrumentos ou acessos, “metem o três oitão
na cintura” e vão para a rua assaltar. Todos eles, porém, são criminosos e
caberia ao poder público, ao “Deus-Estado”, fazer valer a lei e puni-los
indistintamente, na proporção de seus delitos. Sabemos, todavia, que isso não
acontece nem para pobres, muito menos para os ricos, ainda mais se estes
fizerem parte da estrutura do status quo. E então a ideia da determinação do
meio social vai, comodamente, sendo aceita, favorecendo, pela falta de combate,
a expansão vertiginosa da violência criminal. A sociedade, em seus mais
diversos segmentos, parece apática, sem esboçar reação. A segurança privada,
embora seja o setor que mais se beneficia financeiramente do caos que se
instala no Brasil, não tem autorização para efetivamente contribuir para a
segurança dos cidadãos de forma mais geral, não podendo tomar o espaço
abandonado pelo poder público. O próprio “Deus-Estado”, que tudo sabe e vê, já
cuidou de eliminar o risco de concorrência ao seu temerário monopólio da força.
O cidadão, coitado, se viu nos últimos anos convidado a entregar suas armas e
sua vida na mão inepta do Estado, através das fracassadas campanhas de
recolhimento de armas. Chamado à urna, disse não ao desarmamento, com o que
esperava estar garantindo o direito de possuir legalmente uma arma para sua
defesa. Mais uma vez foi traído, seu voto feito de papel higiênico e, mais uma
vez, o Estado disse: “eu não deixo você ter uma arma, isso é para a sua própria
segurança”, mesmo que o caminho para a segurança seja ir preso ou morrer, com a
condescendência oficial, nas mãos de um facínora qualquer. Estamos próximo de um
ano eleitoral, o que tende a reacender esperanças. Será? Duvido muito. O mais
previsível é que o partido que se encontra no poder, e competentemente
aparelhou a máquina pública como não se via desde a Alemanha nazista, continue mantendo
tudo como está. Por isso afirmo que não há, realmente, muito o que esperar. E além
de afirmar, faço aqui uma acusação: o estado é cúmplice! Cúmplice de cada
homicídio, de cada estupro, de cada roubo e de cada furto que ocorre hoje no
Brasil. Em que me pauto para afirmar isso? Ora, quem tem o instrumental e chama
para si o monopólio da segurança pública, ao não tomar as medidas necessárias
para impedi-los, é cúmplice, no mínimo, por omissão!
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