Dilma faz hoje o que jamais diria quando quis se eleger e reeleger |
O governo reapresentou uma ideia já
repudiada, com a ameaça de recriar a CPMF, para testar reações conhecidas. Os
contribuintes rejeitam de forma categórica a ressurreição de um imposto que
durou 10 anos e foi extinto em 2007 porque não conseguiu oferecer suporte à
melhoria da saúde pública. A nova manobra inclui uma sutileza, representada
pela mudança de nome do imposto, que passaria a se chamar Contribuição
Interfederativa da Saúde (CIS). A palavra saúde pode ser apenas mais um
disfarce, como ocorreu quando da vigência da CPMF, porque a tal contribuição se
presta a todo tipo de desvio, tapando furos nas contas públicas das mais
variadas áreas. Além das principais entidades empresariais, que não admitem a
elevação da carga tributária num momento de recessão econômica, também as
lideranças políticas do Congresso se voltam contra a medida. O prefeito de
Salvador, é a voz mais intransigente de oposição a CIS. Poucos prefeitos e não
mais que sete governadores se posicionam contrários a esta medida. Para estes o
povo tem dirigido aplausos. A ideia de destinar um percentual da arrecadação
exclusivamente para a saúde até seria aceitável se o país estivesse em melhor
situação e se os contribuintes tivessem a garantia de que os recursos não
seriam desviados. É paradoxal que um governo pretenda sobrecarregar a população
exatamente no momento em que são divulgados números alarmantes sobre o tamanho
da recessão econômica. Contribuições ditas provisórias, que acabam se
perpetuando, devem deixar de existir como recurso mais cômodo ao alcance dos
governantes. Não é essa a saída para a crise da saúde, nem pode ser esse o
pretexto para, em nome de carências em um setor essencial, aumentar a
arrecadação federal. Equilibrar orçamentos às custas de mais tributos é atentar
contra a competitividade das empresas e o já abalado poder de compra da
população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.