As igrejas evangélicas multimilionárias, ou melhor,
os donos dessas igrejas têm sido o foco das notícias nos últimos dias em razão
de matérias divulgadas em várias publicações reproduzindo reportagem da revista
americana Forbes. O tema é a “indústria da fé brasileira”. Mas enquanto os
poderosos seguem nadando nos seus “rios de dinheiro”, outros pequeninos, ainda
filhotes de picareta, revelam-se hábeis, criativos. Aliás, nunca foi tão fácil
se autointitular “pastor”, “bispo”, “apóstolo”. Por isso, prolifera uma ilimitada
quantidade de igrejas totalmente desprovidas de embasamento bíblico, lideradas
por pessoas desqualificas, de formação teológica zero e muito menos moral. Se
puxarmos um pouco pela memória, vamos lembrar-nos do pastor alagoano que levou
uma irmã casada para um encontro amoroso num motel alegando ter recebido uma
revelação especial de Deus. Segundo afirmou a mulher, ela recebera uma visão
que a exigia ter um filho com o “pastor”. E o mais incrível é que o seu marido,
pai de quatro filhos com a dita-cuja, aceitou tudo, pois assim era a vontade do
Senhor. Em Natal (RN), outro “pastor” de 58 anos de idade foi flagrado fazendo
sexo oral com duas garotas de 10 e 11 anos de idade. Sua Igreja chamava-se
Porta Aberta. Em Goiás, o “pastor” Valdeci Picanto Sobrinho foi preso acusado
de abuso sexual das mulheres da sua cidade, com pretexto de que teria o pênis
abençoado. Eis o que relatou de uma vítima do desprezível Valdeci: “Muitas
vezes, após os cultos, nos levava para um terreno nos fundos da igreja e pedia
para a gente fazer oral até o espírito santo aparecer por meio da ejaculação”. A
Forbes fez um ranking com os líderes mais ricos do Brasil, aqueles que choram,
fazem milagres todos os dias nos templos testemunhados pelos muito bem pagos
canais de televisão e milhões de fiéis telespectadores. A gente não sabe ainda
o que eles fazem no terreno dos fundos da igreja, mas as fortunas em nome de
Jesus estão muito bem divididas: R$ 2 bilhões para Edir Macedo; R$ 400 milhões
ficam com Valdemiro Santiago; o Silas Malafaia, R$ 300 milhões; R.R Soares –
amiguinho de infância de alguns importantes políticos alagoanos – fica com R$
225 milhões; o famoso casal Estevam Hernandes e a tal “bispa Sônia”, que outro
dia foi preso nos EUA por transportar dólares não declarados, é mais modesto:
acumulam uma bolada de apenas R$ 120 milhões. Ser pastor evangélico no Brasil
virou sonho de consumo.
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