Câmeras de segurança do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro flagraram um bando de jovens supostamente portando armas de fogo, abordando um motoqueiro. A primeira e decepcionante impressão fora a de que o lugar voltara ao comando dos traficantes de drogas, após cinco meses de ocupação por parte das forças policiais. As investigações policiais concluíram que aquele grupo era formado por meninos que, imitando seus ídolos – os traficantes, portavam armas de brinquedo e apenas brincavam de bandidos. Pesquisa realizada na mesma região revela que os meninos desejam ser jogadores profissionais de futebol ou traficantes de drogas; como ganhar dinheiro e ficar rico jogando bola é privilégio de poucos, resta o campo da bandidagem. No Rio de Janeiro os meninos são selecionados pelas agremiações criminosas de siglas assemelhadas aos times de futebol CV (Comando Vermelho), ADA (Amigos dos Amigos) e TC (Terceiro Comando); aqui em Itabuna, os meninos se dividem pelas galeras de bairros, que mais se parecem com quadrilhas. Estes meninos saem em grupos pelas ruas de Itabuna quebrando orelhões, placas publicitárias, lixeiras, jogando pedras nas casas e gritando ameaças de morte aos seus rivais por onde quer que passem, mesmo diante de órgãos policiais. E essa situação se agrava quando acontecem festas de rua. Outro dia, por dever profissional, abordei grupo de meninos que passeavam pela beira rio à noite e resolveram anunciar assalto a crianças que participavam de festa da Tv Cabrália; aos questionamentos da abordagem, responderam apenas que estavam brincando de assalto. As brincadeiras evoluem e os meninos passam a usar drogas, são recrutados por traficantes para serviços de vigilância e distribuição de pequenas quantidades de entorpecentes e, já totalmente envolvidos, adquirem perigoso brinquedo – arma de fogo. Impressiona a quantidade de meninos, cada vez mais novos, apreendidos com arma de fogo e drogas, com currículo na transversalidade do crime que revela obras de furto, roubo, latrocínio, tráfico e homicídio. Por impositivo legal, passam pouco tempo internados em instituições correcionais, que não corrigem nada, e voltam às ruas para continuar na brincadeira. São gerações perdidas no mundo das drogas, sem referência de ordem, disciplina, analfabetos funcionais que só encontram oportunidades de emprego no crime. E assim, eles vão brincando de bandido e o poder público de fazer segurança.
Nossas crianças atualmente estão sendo induzidas a serem cada vez mais inconsequentes e se tornam adultos com conduta selvagem e irracional. E nibguém tem feito nada para mudar essa situação. estão alimentando ódio e haveremos de colher mortes num futuro próximo! Kleber Gomes
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