Às vésperas da Quinta-feira Santa, o fantasma do martírio de inocentes volta pairar sobre a sociedade baiana. Emblematicamente esta é a situação assomada com o anúncio da greve, por tempo indeterminado, dos professores das universidades estaduais da Bahia. Evidente que os professores têm suas razões, várias inquestionáveis, expressas em sua pauta de reivindicações. O preocupante é o uso da greve por tempo indeterminado como forma de luta. Numa sociedade flagelada pelo sucateamento da educação pública, é uma temeridade tão indiscutível quanto as motivações da categoria em sua mobilização. Salários defasados, escalas de serviço extenuantes, precariedade nas condições de trabalho são algumas das revindicações corretamente expostas pelos professores por meio de suas entidades representativas. O grande problema, porém, é o uso dos estudantes como refém do conflito salarial entre os sindicatos e o governo. Conflito inevitável, posto o governo já ter explicitado sua proposta de aumento linear de pouco mais de 5,6% de reajuste (percentual dividido em duas parcelas), enquanto os sindicatos terem respondido, incontinente, não aceitar tal índice. O sindicato dos professores é apenas o primeiro que decide pelo confronto. É previsível que o mesmo caminho seja trilhado por outras categorias. No passado imolavam-se seres vivos às divindades em busca do atendimento dos desejos humanos. Voltamos no tempo?
Sou totalmente contra greves de professores, pois elas só prejudicam os alunos e a educação como um todo. Fernando Rios de Lima
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