Já uso o meu computador há uns quatro anos. Confesso que, lá atrás, faz mais ou menos uns trinta anos, ingressei numa escola de datilografia. Com o fruto dos primeiros serviços comprei de segunda mão uma máquina datilográfica, daquelas de capô alto e teclas protegidas por celulóides transparentes, e dotadas de caracteres gráficos que a uma simples pressão dos dedos sobre uma fita entintada reproduziam no papel as palavras que se compunham. Quando surgiram as primeiras máquinas elétricas, resistir o quanto pude, parecia um gesto de traído. Aos poucos, entretanto, fui aderindo e quando me julgava apto, adquiri uma delas e a coloquei em casa. Mais daí, apareceram os computadores. Distanciei-me deles como o diabo corre da cruz. Aos poucos fui vendo que eu estava sendo superado. Como acontece com todas as famílias unidas, a minha esposa, até, me deu um “lep top”, sob o pretexto de que me seria utilíssimo em viagens e em audiências; os amigos passaram a recomendar-me: “atualize-se”. E, então, verifiquei, nas redações de jornais e rádios e, em todos os lugares por onde atuo, jornalistas, jornalistas e blogueiros, mesmo durante as coletivas, com um desses instrumentos. Acho feio que os abram e permaneçam, mais ou menos, escondidos por de trás das tampas dos mesm os. Mas isso é o preço, em parte, do progresso. Fui obrigado a reconhecer. E comecei a ter aulas. E passei a ter conhecimentos técnicos de nomes que soavam como coisa do outro mundo. Por exemplo: “designer” gráfico, áudio e vídeo; “Corel Draw”; “Corel Photoshop”; “Adobe Photoshop”; “Adobe Premiere”; “Sound Forge”; “Page Maker”; “Word”; “Excel”; “Power Point”; “Windows”; “Internet”. Me foi acrescentado o conhecimento de que na “Microsoft Office” constava as “ferramentas” a serem usadas. Solicitei que me trouxesse uma chave de fenda e um alicate. É que na minha total ignorância pensava que se iria desmontar o computador. O pior veio depois quando me falou e “Email”, “Site”, “Orkut”, “Twiter”, “MSN”, “Myspace”, “Webcan” e “Online”, etc. Anotei tudo e decorei o significado de cada “ferramenta”. Aí deixei a antiga máquina de escrever e d igitei esta crônica. Agora já sei como se abre o computador, navega-se na “internet”, envia-se e recebe-se “email” e edita-se texto. Meu medo, agora, é que inventem outros e mais novo meio de comunicações e fique eu fora da realidade!
Sua história é igual a minha.
ResponderExcluirSolange