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30 de janeiro de 2010

MULHERES FAZEM TIME COM SOROPOSITIVAS NA AFRICA

Em uma pequena cidade no Zimbábue, país africano onde uma em cada quatro pessoas está infectada pelo vírus HIV, um time de futebol formado inteiramente por mulheres soropositivas dá exemplo de superação, vence o preconceito e conquista a admiração de todos. É esta a historia mostrada pelo filme 'The Positive Ladies Soccer Club' (Clube de Futebol das Mulheres Positivas), da diretora Joanna Stavropoulou, produzido pela Médicos Sem Fronteiras, organização humanitária internacional independente. A revolução mostrada no documentário foi testemunhada pelo médico brasileiro Esdras da Silva Jr., que trocou o conforto do consultório em Recife pelo trabalho como infectologista da Médicos Sem Fronteiras, que atua em mais de 60 países, ajudando populações em risco. Joanna Stavropoulou, americana de origem grega, foi atleta de pentatlo moderno e chegou a integrar a equipe da Grécia em competições internacionais. Em entrevista por e-mail, ela comenta como o esporte afetou sua visão de documentarista: ' Para mim, esporte é superação das próprias barreiras. Quando eu era atleta e forçava meus limites de resistência, sentia como se tivesse chegado ao fim, mas então tinha que levantar, abrir uma nova porta e atravessar. Foi isso que vi nas mulheres do time e que desejei mostrar no filme. Elas não só tinham suas limitações – físicas e psicológicas -, como também enfrentavam adversidades impostas pela sociedade. Mas elas lutaram, forçaram a abertura de portas e cruzaram para o outro lado.Talvez por eu ter passado por experiências como atleta tenha podido ver, entender, sentir mais claramente a história daquelas mulheres - conta a diretora. Ela não era cineasta, mas, a partir do interesse na história, desenvolveu o projeto e levantou uma verba, modesta, junto à Médicos Sem Fronteiras. O filme foi bem recebido em festivais, mas, para Joanna, a maior medida de seu sucesso foi a transformação da vida daquelas mulheres. 'Mesmo quando ainda estávamos filmando, já tinha começado a fazer uma diferença. Imagine Epworth, uma cidade sem eletricidade e sem água encanada, com alta incidência de HIV. Acrescente o estigma contra os portadores do vírus, o preconceito contra a mulher, ainda maior contra a mulher esportista. Aí aparece uma equipe de filmagem seguindo as moças direto, indo às casa delas, prestando atenção ao que elas falam, indo com elas ao mercado, à igreja... De repente aquelas mulheres viram estrelas, e a comunidade começa a vê-las de uma outra maneira. No filme, uma delas diz que estava sendo tratada 'como se tivesse feito algo glorioso' - lembra Joanna. O desafio de 'The Positive Ladies...' agora é outro: a partir da exibição em outras cidades do Zimbábue, irradiou-se a mensagem contra o preconceito e vários times e ligas semelhantes foram organizados. Enquanto o filme busca conquistar platéias em outros países ond e o HIV é um flagelo, as mulheres de Epworth têm um novo desafio pela frente: ' Elas precisam treinar mais e jogar melhor do que nunca. O filme foi exibido em todo o Zimbábue e bem noticiado pela mídia local, então outras equipes estão sendo formadas e várias fazendo contato para marcar um desafio. Elas têm uma reputação a zelar agora! Soube que elas ganharam um torneio no mês passado. E sei que elas incorporaram novas jogadores, porque outras mulheres da comunidade e da clínica para portadores do HIV quiseram fazer parte do grupo - conta a diretora. As informações são do G1.

Um comentário:

  1. Isso que é notícia DIGNA de divulgação. O exemplo de SUPERAÇÃO, de solidariedade e de APOIO desse Grupo de Médicos Sem Fronteiras e dessas Mulheres GUERREIRAS!!

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