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Câmara

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25 de fevereiro de 2009

É MELHOR “PAGAR O PATO”, QUE ENGOLIR CABEÇA DE PITU - “Seu” Eliziário é um amigo que tenho do bairro Conceição, cuja conversa lúcida e politizada sempre me cativa e é dele a afirmação que os eleitores que votam em políticos ruins são farinha ruim do mesmo saco e banana pobre do mesmo cacho e que ambos se igualam em “gênero e grau”! Faço minhas as palavras dele para iniciar este meu ponto de vista, cujo objetivo é provar que constitui uma grande ignorância ficar jogando a culpa de todos os problemas sociais e econômicos naqueles homens que habitam Brasília, e mesmo naqueles políticos menos importantes que formam as castas de prefeitos, vereadores, e tantos mais. Pois, afinal de contas, não adianta de nada culpar o governo pelos males do Estado. Essa é uma atitude muito cômoda para o povo, o qual é, na realidade, o verdadeiro culpado, a partir do momento que deixa de se interessar pela política e possibilita ao governante agir de acordo com suas vontades particulares. Se você, em algum momento, achou política um assunto desagradável, chegou o momento de sentir culpa, pois como “Seu” Eliziário sabiamente disse: “Sem o intrujão, não existe o ladrão”, referindo-se aos políticos eleitos com compra de votos. É esse povo que acha tedioso ir votar durante as eleições; é esse povo que desliga a tevê durante o horário político; é esse povo que diz que tudo é culpa do governo; é ele quem eu acuso e que convido a vir defender-se se for disso capaz.E se você, meu caro, faz parte dos raros que se interessam pelos assuntos do seu País e que querem entender a política e curar as feridas da sociedade; se você é um desses, lamente, porque você faz parte da minoria e “Seu” Eliziário” deixa claro que sempre a vontade geral deve prevalecer, ou seja, a vontade da maioria. Façamos uma retrospectiva: o povo é culpado pelos problemas do País, já que a maioria das pessoas não se interessa em participar das decisões políticas. Há uma minoria de homens que quer reverter esse quadro, mas como? Através de revoluções? Não. Revolução alguma irá resolver o problema. Os males só acabarão quando a vontade geral assim o quiser. E o que devemos fazer, sentar e esperar que uma luz divina clareie a visão de todos e faça com que se tornem ativos e participativos cidadãos? Não. Não temos que esperar. Temos que acatar a vontade geral, mas isso não impede que divulguemos a nossa vontade para os outros, e tentemos nós mesmos clarear suas visões. E quando o primeiro passo estiver completo, passaremos ao passo dois: encontrar um político digno de confiança. O que precisamos agora é encontrar alguém que cumpra o seu dever, que respeite as cláusulas do contrato social que os homens firmaram entre si, de que tudo deve convergir para o bem comum e não para o bem particular do político. E enquanto não acharmos um governante que respeite o contrato, trataremos de expulsar um a um de seu posto, como faríamos com um inquilino que não paga o aluguel. Se ele não paga o aluguel porque não pode, então talvez possamos ajudá-lo, fazendo algum tipo de caridade. Mas se ele não paga porque não quer fazê-lo, então iremos expulsá-lo. O mesmo deve ser aplicado ao político que age malandramente e não respeita o contrato firmado. Então o povo, já conscientizado, deve agir, e a vontade geral determinará a expulsão do governante de seu cargo. Iremos em busca de outro inquilino. Iremos em busca de outro político, quantas vezes for preciso, até encontrarmos algum que realmente cumpra o contrato. Se considerarmos que há cerca de 186 milhões de brasileiros e que apenas uma quantidade bem inferior deles é de políticos, vemos que a absoluta maioria constitui o povo. (Não encontrei o número exato de políticos, nem mesmo na enorme rede que é a internet, e isso mostra quão grande é o desinteresse em relação ao assunto). Mas isso basta para exemplificar que o povo é muito mais numeroso. Portanto, temos chance de vencer nessa empreitada, de ganhar a luta sem precisar derramar sangue. E chega de repetir que a culpa é dos políticos e que eles merecem El Paredón. Eles não são vilões e nós não somos mocinhos. Sejamos objetivos e procuremos cumprir o contrato tal como deve ser. E chega de digerir apressadamente e repetir quaisquer informações – vamos mastigá-las demoradamente antes de tudo. As vezes é melhor, ou menos ruim, “pagar o pato”, que ter que engolir cabeça de pitu!

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