Uns comemoram, outros ficam tristes num processo de demissão. A vida é feita desses contrastes: enquanto para alguns a despedida pesa como pedra no peito, para outros a chegada se abre como um jardim em flor. Não há vitória sem renúncia, nem conquista sem o espaço que alguém, antes, precisou deixar.
Não é fácil,
porém, para o Gestor cumprir uma decisão judicial. A cada assinatura, perpassam
sentimentos e argumentos distintos: dos que tentaram a aprovação e não lograram
êxito; dos que participaram do processo seletivo e foram aprovados; dos que
chegam trazendo consigo sonhos, expectativas e a oxigenação de ocupar, com
merecimento, um espaço de pertencimento. É um exercício de equilíbrio entre a
legalidade e a sensibilidade humana, entre a justiça que se exige e a dor que
se impõe.
Aqueles que
partem, mesmo entre lágrimas, carregam consigo a dignidade do tempo que
serviram, das horas entregues, do esforço que se transformou em contribuição.
Aqueles que chegam, o fazem não por acaso, mas porque um caminho foi percorrido
— noites de estudo, sonhos alimentados, a esperança de uma vida nova sustentada
pelo esforço e pela fé.
Assim, entre risos e choros, nasce um retrato profundo da condição humana: a certeza de que tudo é movimento, de que cada fim anuncia um começo, e de que nenhuma dor ou alegria é definitiva. Uns se despedem para recomeçar em outros caminhos; outros chegam para escrever sua história. E a vida, com sua sabedoria silenciosa, continua a ensinar que todo fim é, na verdade, uma forma de renascimento. Por Eugênio Abreu – Geógrafo.
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