A Esplanada brasiliense vazia em pleno desfile cívico do 7 de setembro, onde anteriormente milhões de pessoas se acotovelavam para assistirem estudantes e militares desfilarem, é o reflexo da falta de apoio popular a Lula e ao STF, que insistem em agir como ditadores e rasgando Constituição. É o que mostra a charge que ilustra essa nossa postagem.
Um governo se mantém com duas pernas: o apoio
do Congresso e a mobilização popular. Esse governo do PT e PCdoB não tem uma
coisa nem outra. Dos dois fatores, o mais importante é a mobilização popular e
onde Lula vai, o povo é ausente e quando o povo aparece, é para o constranger
com o refrão: “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”!
As dificuldades de imagem enfrentadas pelo Lula
não se explicam por um único fator, mas por um conjunto de elementos na
correlação de forças da disputa política no país. Lula chefia um governo que
está sob cerco do centro na Câmara dos Deputados, com uma oposição esparafatosa,
com capacidade de chamar atenção e de formar opinião publica de rejeição. Outro
elemento a ser destacado, é o orçamento impositivo, aprovado em 2015, que
conferiu ao Congresso Nacional o controle de parte do caixa da União.
A composição do Executivo, a oferta de
ministérios para aliados e a liberação de emendas, que era uma prerrogativa do
Executivo, era uma arma muito potente para forjar alianças. Agora, o governo já
não tem essa arma, porque boa parte do orçamento está nas mãos do Congresso
Nacional, seja pela via das emendas impositivas, seja por esses mecanismos que
foram criados nos últimos anos, como as emendas Pix, o orçamento secreto etc”.
É pertinente também, chamar a atenção para uma
mudança no perfil do eleitorado brasileiro, cada vez mais aderente às ideias da
“nova direita” brasileira. O eleitorado brasileiro não é mais o eleitorado de
centro-esquerda. Lula derrotou o Bolsonaro, mas não derrotou a direita. E esse
é um governo, que tem que ter um equilíbrio muito tênue porque precisa falar
com seu eleitor de esquerda, mas também precisa falar com quem não é de
esquerda e que votou nele. E, claro, qualquer erro vai ser utilizado pela
oposição.
A situação de rejeição popular a Lula, é resultado de uma demora do governo em reagir diante dos novos desafios da política brasileira. Não há uma “marca” no atual governo. Lula precisa se cercar de uma equipe que, de fato, encare a realidade e aponte os caminhos para além de aplaudir os feitos do governo. O Lula está cercado de pessoas que praticam o que eu chamo de bajulação sistema. Parece que têm um certo medo de falar com o presidente, só aplaudem. Se eu pudesse dizer algo ao Lula eu diria, mande seus ministros pegarem ônibus, mande seus ministros passarem no supermercado, eles vão perceber que esse clima de insatisfação difuso já existe há muito tempo e que só agora estourou.
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