O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil está fazendo uma "coisa horrível" no tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "Eu tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo", afirmou em um post na Truth Social.
"Eu passei a conhecer Jair Bolsonaro, e ele foi um
líder forte, que realmente amava seu país. Além disso, um negociador muito duro
em questões de comércio. Sua eleição foi muito apertada e, agora, ele está
liderando nas pesquisas. Isso não é nada mais, nada menos do que um ataque a um
oponente político - algo que eu conheço muito bem! Aconteceu comigo, dez vezes
pior, e agora o nosso país é o mais 'quente' do mundo!"
A mensagem de Trump ocorre em meio à pressão e expectativa
de bolsonaristas para que os Estados Unidos apliquem uma sanção ao ministro
Alexandre de Moraes, no STF (Supremo Tribunal Federal).
"O Grande Povo do Brasil não vai tolerar o que estão
fazendo com seu ex-Presidente. Estarei acompanhando muito de perto a CAÇA ÀS
BRUXAS contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O
único Julgamento que deveria estar acontecendo é o Julgamento pelo Voto do povo
brasileiro -Isso se chama Eleição. DEIXEM BOLSONARO EM PAZ!", afirmou
Trump na mensagem.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro,
licenciou-se do mandato em março e mora nos EUA desde então alegando ser perseguido
pelo magistrado do Supremo e desde então reforçou a articulação junto a
integrantes do governo Trump para que haja uma punição ao ministro.
Há duas semanas, o deputado republicano Chris Smith enviou
carta ao secretário de Estado, Marco Rubio, e à Casa Branca pedindo que o
governo aja rapidamente para aplicar sanções a Moraes. Smith é copresidente da
Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Estados Unidos e já era um defensor
da aplicação de punições ao magistrado.
O envio da carta pressionando o Governo dos EUA, ocorreu
duas depois de o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo prestar
depoimento na comissão como testemunha. A narrativa de aliados de Bolsonaro é
que ele é perseguido politicamente, num movimento para anular a oposição ao presidente
Lula (PT) no Brasil.
Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações
golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a
realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e
estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema
eleitoral do país.
Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a
manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem
aos ataques do 8 de Janeiro.
Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para
manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele
mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para
discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.
Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus
métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo
TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a
acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao
menos até 2030.
Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão. Por Por Julia Chaib.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.