Ilhéus é uma cidade marcada pela história, por paisagens que seduzem, pelo cacau que construiu sua fama e por um povo que carrega no peito a força de quem nunca se acostumou a ser esquecido. Mas hoje, mais do que lutar, esse povo quer respeito. Quer respostas. E quer ver as obras prometidas finalmente concluídas.
As promessas foram muitas e grandiosas. Elas acenderam a
chama da esperança, mas, agora, o que resta é o gosto amargo do abandono, a
tristeza de canteiros silenciosos, o risco e o prejuízo de milhões de reais
perdidos.
Nos anos do governo Rui Costa, Ilhéus viveu avanços
concretos. Rui não esteve presente apenas nos discursos; ele entregou
resultados. A Ponte Jorge Amado deixou de ser um sonho e transformou a
mobilidade, o desenvolvimento e a paisagem do sul da cidade. O Hospital
Materno-Infantil virou símbolo de cuidado com mães e crianças, dentre tantos
outros exemplos. Foram anos de parceria, de investimentos que fizeram o ilheense
sentir-se visto e valorizado.
Mas os tempos mudaram. Desde que Jerônimo Rodrigues assumiu
o comando do Estado, o ritmo das obras em Ilhéus desacelerou e hoje, parou por
completo. É verdade que o governador esteve aqui, fez inaugurações e trouxe
melhorias, muitas delas iniciadas na gestão anterior. Mas não se pode ignorar a
realidade, as grandes obras, aquelas que prometiam uma nova transformação para
a cidade, estão paradas, abandonadas ou, no máximo, acompanhadas de promessas
vagas de retomada.
A duplicação da BA-001 está há meses sem avançar, mesmo com
contratos assinados e recursos garantidos. A Orla Sul, que poderia ser um
cartão-postal de desenvolvimento, virou símbolo do atraso. Os bairros da zona
norte seguem esquecidos, aguardando a requalificação prometida. E o Canal do
Malhado, com metade da obra concluída, está há cinco anos se deteriorando,
consumindo recursos públicos enquanto moradores enfrentam riscos diários e
prejuízos.
Além dessas, pairam no horizonte os sonhos da FIOL e do
Porto Sul, obras de impacto nacional que poderiam reposicionar o Sul da Bahia
no cenário econômico nacional. A FIOL, com 75% das obras concluídas, teve seu
contrato desmobilizado. O Porto Sul segue atolado em indefinições e disputas. É
certo que estes casos não são de responsabilidade do Estado e o cenário é bem
mais complexo, mas ainda assim, não deixa de ser decepcionante.
É preciso lembrar, governador, que em 2022, embora Ilhéus
tenha dado preferência a outro candidato, que não deveria ter sido assim, pois
houve um investimento em Ilhéus de quase 2 bilhões de reais feitos pela GESTÃO
DO PT, mais de 45 mil ilheenses confiaram em Jerônimo Rodrigues. E o senhor,
como bom educador, sabe que governar é cuidar de todos, independente do
resultado das urnas. Quem votou e quem não votou merece a mesma atenção.
Também é verdade que o governo municipal não pode se eximir
de responsabilidade. Cabe a quem está à frente da cidade buscar diálogo e
soluções, mesmo diante de divergências políticas. Ilhéus não pode ser refém de
disputas partidárias ou da rigidez de lados opostos. O povo precisa de pontes,
mas não apenas as de concreto.
Os ilheenses não querem mais esperar. O silêncio do Governo
do Estado já virou um grito sufocado, ecoando nos canteiros abandonados, no
prejuízo acumulado e nas portas fechadas de comércios afetados pela paralisação
das obras.
Por isso, Governador Jerônimo Rodrigues, a palavra agora é
sua. Ilhéus, a cidade que o recebeu com esperança, clama por atenção,
compromisso e ação. Quer respeito. Quer respostas. E, acima de tudo, quer as
obras prometidas, entregues.
Porque o tempo não para e o futuro não espera. E neste caso, o silêncio custa caro demais.
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