Não está difícil encontrar eleitores que estiveram integrados à campanha que elegeu o atual prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União Brasil – UB) insatisfeitos com o dito cujo e já estão cansados de esperar o que foi prometido para ser cumprido já no primeiro dia de governo: tem até quem imaginou que seria secretário e não conseguiu nomeação nem para ser porteiro de gabinete de secretário!
Já tivemos a oportunidade
de afirmar aqui mesmo neste nosso blog, que a lógica na política é a falta de
lógica. Lógica no sentido próprio da palavra, como forma de argumentação válida
(não falaciosa), em especial a partir da lei da não contradição (Aristóteles).
É certamente a partir desta idéia que podemos compreender a afirmação de que o
candidato faz acordo com Deus e com o Diabo, em nome, sobretudo, da vitória
eleitoral. É a arte que só o político entende e, se não entender, as
consequências são por todos conhecidas!
Uma coisa é
fazer acordos políticos para governar bem. Outra, e bem diferente, é fazer
promessas, muitas vezes até milagrosas, para conquistar o voto do eleitor e
depois não cumprir nem mesmos as viáveis, o que não deixa de ser um
“estelionato eleitoral”, como se tem afirmado e divulgado pela imprensa. E o
eleitor, como diziam nossos ancestrais portugueses, “fica a ver navios”. Não se
pode negar que o eleitor também tem culpa nesse contexto. Mesmo porque quando
“a promessa é grande, o santo desconfia” ou deveria desconfiar.
Uma coisa é o
candidato trazer a público seu plano de governo e de onde sairão as receitas
para executá-lo, o que é seu dever, como futuro gestor da coisa pública. Outra
coisa diametralmente oposta é fazer promessas inviáveis, para conquistar o voto
do eleitor e depois... Utilizar-se do microfone, com boa locução e com palavras
bonitas, para fazer promessas que sabe que não vão ser cumpridas, não deixa de
ser uma forma de desrespeito ao consumidor, que é, não só o eleitor, como a sociedade
em geral.
Não há dúvida de
que a democracia (forma de governo exercida pelo povo) é o melhor caminho.
Entretanto, o mandatário que recebe essa incumbência deve estar consciente de
que deve cumprir as promessas de campanha, sobretudo aquelas que atendem aos
anseios da sociedade e que ensejaram a sua escolha pelo eleitor. Com efeito,
apenas como exemplo, as notícias que se têm veiculado pelas redes sociais de
que muitos cabos eleitorais acreditaram que “quem ajuda a ganhar, ajuda
governar” e essa é uma das promessas de campanha que não estão sendo cumpridas.
Não se deve esperar patavinas de proveitoso, de um prefeito que não cumpre
promessas com seus próprios eleitores e apoiadores.
A democracia é uma via de duas mãos. O eleitor, assim como elege alguém para ser o seu representante na gestão da coisa pública, pode e deve também cobrar o cumprimento das suas promessas e até, por meio das vias competentes, deselegê-lo. Daí a necessidade de se aproveitar as eleições de 2026, para antecipar o alerta de que “quem bota, tira”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.