Basta observar a conduta da maioria absoluta dos vereadores numa Câmara Municipal, para perceber o quanto eles se comportam como se fossem o elefante no circo. Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corda que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. Assim também é o vereador!
Para o
elefante à estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corda fosse
grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria
força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir. Já o vereador, quando
entra em cena (plenário da Câmara), permanece preso, quieto, contido somente
por “amarras” de nomeações de parentes e aderentes na prefeitura. É óbvio que
ele, capaz de cassar o prefeito, com sua própria força, teima em não
arrancar-se dessa situação e fugir do ridículo de não ser servidor do povo.
O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca
ainda muito pequeno. Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso:
naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de
todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o
elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu
destino: ficar amarrado à estaca, balançando o corpo de lá para cá,
eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.
Assim também é o vereador. Ele não escapa de ser subserviente
do prefeito, porque desde o primeiro dia que foi eleito, passou a ser atendido
em seus pedidos e exigências de benesses da prefeitura, através de contratações
e nomeações de seus cabos eleitorais, financiadores, apoiadores, cônjuge e até
amante! O elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. O vereador
se torna virilhador (só anda na virilha do prefeito), porque prefere permanecer
“mamando nas tetas do poder”!
Para que o elefante consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio por exemplo. Para o vereador “virilhador”, não há escapatória em sua pretensão de reeleição, pois acabará sendo incendiado pelo eleitorado exausto de ser visto e aplaudido apenas em período eleitoral. É o medo do fogo que pode fazer com que o elefante em desespero quebre a corrente e fuja. É a responsabilidade de ser servidor do povo e não do prefeito, que pode fazer com que o vereador seja reeleito.
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