Recentemente estive visitando o deputado estadual, Pancadinha (SD), em seu gabinete na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e desenrolamos uma conversa amistosa (éramos adversários políticos em 2024), em que o alertei para as dificuldades que ele enfrentará (abacaxis a serem descascados) para ser reeleito nas eleições de 2026.
Julgo importante ressaltar minha convicção favorável a
Itabuna reeleger Pancadinha e eleger Andrea Castro, Capitão Azevedo, Isaac
Nery, Chico França, Sargento Raimundo, Carla Xavier e tantos quantos outros itabunenses
queiram e possam ser candidatos ao cargo de deputado estadual. Cada parlamentar
representa mais de dois milhões de reais, possíveis de serem empreendidos em
Itabuna, através das emendas parlamentares impositivas.
Basta lembrar das ambulâncias, tratores e verbas para
realizações de festas populares, advindas do mandato do deputado Pancadinha e
multiplicar isto por mais recursos procedentes de mais parlamentares, que
Itabuna possa contar como seus representantes na Alba! Para não ficar somente
nas conjecturas, contribui com sugestões para que se tornassem factíveis
melhores condições de êxito na pretensão de reeleição de Pancadinha.
Primeiro salientei as dificuldades que ele terá para
contar com metade dos votos obtidos em 2022. Naquele momento Pancadinha era o
único dos 21 vereadores, a fazer oposição sistemática ao prefeito Augusto Castro
(PSD), que estava submetido às condições dramáticas de rejeição popular. Seu
protagonismo quase que se restringe aos seus trajes pirotécnicos e cor de
epiderme.
Ser espalhafatoso e negro em Salvador, é tão sinérgico
quanto ser branco de olhos esticados, magro e baixinho, dentro da carroceria de
um caminhão na resiliente e abastada Singapura! E só existem quatro deputados
estaduais negros na Bahia! Mas, nenhum mais negro, carismático e artista que
Pancadinha. Então sugeri ele explorar esse filão eleitoral.
Sugeri o deputado preto criar o bloco Carnavalesco do
Pancadinha, para se apresentar com foliões negros nos principais circuitos dos
festejos momescos em Salvador. E assim ter melhor facilidade de envolver
lideranças comunitárias dos guetos soterapolitanos; protagonizar intervenções
ideológicas em grupos da cultura e filosofia afrodescendentes e ter mais
inserções em bairros da periferia de Salvador.
Isto, porque Salvador possui o maior colégio eleitoral da
Bahia e conta com mais de dois milhões de eleitores aptos. Desse total, a
maioria absoluta é de negros, que buscam candidatos que falem a língua de suas
demandas individuais e de etnia. No recorte racial, 1,8 milhões de eleitores
soteropolitanos ainda não realizaram a autodeclaração racial, o que equivale a
94% do eleitorado, mas basta andar pela cidade, para perceber o quanto os
negros são predominantes!
Parece fora de qualquer polêmica o fato de que a política
baiana é majoritariamente branca. Levantamentos recentes indicam que a proporção
de negros no parlamento estadual nunca ultrapassou os míseros 8%. Mas a
despeito desse evidente despautério, pouco se sabe sobre as causas dessa
sub-representação política. Embora Salvador seja a capital com maior proporção
de pessoas autodeclaradas pretas do Brasil, dos 43 vereadores eleitos para a
legislatura 2025-2028, oito ou apenas 18% se apresentam como pretos.
Uma primeira hipótese explicativa para a sub-representação
dos pretos no parlamento, são a discriminação dos eleitores; a exclusão
promovida pela classe política e desigualdade de acesso a financiamento de
campanha. Para enfrentar essa realidade, caberá a Pancadinha ir além do seu
reduto eleitoral e invadir a capital baiana, pois é lá onde sua mineração
poderá encontra mais e melhores pérolas (votos).
É muito mais fácil Pancadinha obter 40 mil votos em
Salvador, que conseguir um quarto dessa votação entre os itabunenses. Portanto,
é em Salvador e suas cidades circunvizinhas, que está o mapa dos apoios e votos
para Pancadinha ser reeleito em 2026.
Para concluir: minha visita a Pancadinha teve objetivo de conseguir recursos das suas emendas parlamentares impositivas, para ajudar o centenário Abrigo São Francisco de Assis, que foi contemplado com uma verba de 50 mil reais do deputado estadual, Antonio Henrique Júnior (PP). Pancadinha, infelizmente, não ajudou a filantrópica entidade dos idosos carentes; idosos que tanto devem ter contribuído para o eleger!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.