Por cleptocracia entenda-se um sistema de poder no qual (por exemplo) uma quadrilha que acessa o controle de uma prefeitura se serve do governo para se apropriar e repartir os recursos públicos. Um prefeito cleptomaníaco desenvolve seu governo baseado no roubo, institucionalizando a corrupção e seus derivados (peculato, nepotismo etc.) e normalmente fica impune, uma vez que todos os setores do poder estão corrompidos: os sistemas político e econômico, o judiciário etc.
Os efeitos
da cleptocracia, são “negativos em relação ao mecanismo da economia da cidade,
afetando a produção, os assuntos políticos e os direitos civis; vicia o mercado
e as perspectivas de investimento privados, bem como enfraquece o comércio,
criando instabilidade e, no curto prazo, gerando desemprego. Normalmente, a
cleptocracia “rouba dinheiro de seus cidadãos abusando do erário com esquemas
de lavagem de dinheiro, em um sistema político estruturado para degradar todos,
num modelo viciado de interesses escusos. Segundo estudiosos, cada R$ 1,00 desviado
pela corrupção representa um dano de R$ 3,00 para a economia e para a sociedade;
nesta conta, entram, por exemplo, os empregos que deixarão de ser gerados e o
não recolhimento de impostos.
A
cleptocracia contamina os honestos: agentes públicos que antes exerciam suas
funções corretamente podem passar a agir pensando em benefício próprio ao
perceberem as vantagens que os chefes desonestos obtêm. No mínimo, sentirá um
grande desestímulo na profissão. Se não por ganância, essa contaminação também
pode acontecer por pressão: muitas vezes os honestos são ameaçados caso não
concordem em fazer parte do esquema vigente em sua área. Um dos principais
problemas do Brasil “é a falta de punição correta para esse tipo de crime. Isso
cria uma cultura de leniência com as transgressões. O subalterno na prefeitura
pode pensar: “se o prefeito rouba e não acontece nada, então também vou roubar!
A corrupção
é uma das maiores ameaças que uma cidade enfrenta: destrói vidas; prejudica os
órgãos públicos e instituições; traduz-se em sofrimento humano, como os de famílias
pobres que estão sendo extorquidas de subornos para se consultar com médicos ou
para obter algum benefício dos serviços públicos. Isso leva à falha na prestação
de serviços básicos, como a educação ou a saúde; desvia a construção de
infraestruturas essenciais, com prefeitos corruptos desviando recursos.
A corrupção
equivale a um imposto sujo; e os pobres e os mais vulneráveis são as suas
principais vítimas. A cleptocracia tem efeitos adversos tanto no bem-estar como
nos direitos humanos e fundamentais. Os custos [sociais] da corrupção são altos
e pagos por todos os que precisam utilizar serviços da prefeitura, que sofrem
devido às precárias estruturas de saúde, educação, assistência social; pela
falta de obras ou por obras desnecessárias ou mal acabadas, acrescente-se as
interditadas, as inacabadas e as paralisadas sob alegação de “falta de
recursos”. Os que mais sofrem os efeitos da corrupção são as mulheres,
crianças, portadores de deficiência e aqueles que possuem baixo nível
socioeconômico, já que esses têm escassos acessos a serviços de natureza
essencial e com péssima qualidade como saúde e educação.
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