“As más companhias corrompem os bons costumes”. 1 Coríntios 15:33.
Das lições simples da infância, o respeito aos mais velhos permanece na memória. Sabedoria que transborda a quem queira dar ouvidos, os ensinamentos gratuitos passam de uma geração a outra, sem que a bancada da universidade se faça necessária. Do conselho de levar a capote para se prevenir do possível frio e não sem ser pego de surpresa, a ceder o assento a quem já está mais cansado da vida, são exemplos de fortunas que não precisam ser guardadas em cofres.
Como a
natureza não dá passos, muitas vezes é preciso apanhar muito até aprender a
acolher e colocar em prática o que ensina a velha guarda. Se alguns alertas
chegam em forma de crendice ou “ameaça” para colocar medo, é para o bem do
ouvinte. É claro que a mãe não morre se o filho deixar o chinelo virado para
cima e nem a mula-sem-cabeça aparece para quem dorme com os pés descobertos.
Mas um chinelo no meio do caminho pode causar um acidente, um grande tropeço.
Passar a noite descoberto, por sua vez, pode trazer um resfriado e consequências
bem chatinhas e que atrapalham a rotina.
Sem trazer
explicações científicas, os avós, tios, aquele vizinho com fama de chato ou o
pai do melhor amigo não eram videntes, mas bons viventes. Trazem da experiência
própria e dos costumes, lições preciosas. “Mas a mãe da Ana, deixa ela viajar
sozinha. A mãe do Pedro deixa ele dormir fora. O pai do Silvio deixa ele nadar
sem colete”. E vem a bronca: “Se a Ana pular no buraco você pula?”, e faz-se um
silêncio que nos deixa sem resposta e diz tudo.
Saber ouvir
é também um exercício que as crianças aprendem desde cedo com quem as educa,
ainda que sob a sova de que “quando um burro fala, o outro abaixa as orelhas ou
o simples fato de lembrar que, temos dois ouvidos e uma boca: ou seja, ouça mais
e fale menos. Isso faz sentido. A observação também tem seu papel. “A palavra
ensina, o exemplo arrasta”, diz a máxima.
Geralmente, quem nos chama a atenção e nos cobra tarefas e posturas ganha a fama de ranzinza. Às vezes demora, mas percebemos com o passar dos anos e tombos, que são as pessoas que notam nossas dificuldades ou falhas, aquelas que mais se importam com as consequências que podemos sofrer. Com efeito, dizeres populares, conselhos, de um momento para o outro, passam a ser repetidos, até por quem os repelia. “De grão em grão, a galinha enche o papo”, “Passarinho que acorda cedo bebe água mais fresca”, “Não adianta chorar sobre o leite derramado”, “O apressado come cru”, “As aparências enganam”, “O pior cego é aquele que não quer ver”.
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