Era uma vez, em tempos não muito distantes, uma linda floresta no litoral do sul da Bahia. Era linda porque tinha muitas cachoeiras, riachos de águas cristalinas, belas praias, clareira pro sol entrar e em cada tronco de árvore uma florzinha pra ornamentar. Mas a floresta não era só linda, era encantada também e os animais que lá viviam falavam... e falavam bem.
De manhãzinha, bem antes de o sol nascer, os passarinhos cantavam e faziam ginástica para se aquecer. Lá na floresta encantada, os animais se davam muito bem. Tinha até a cobra Jabinha que queria encontrar alguém. Jabinha queria se casar e logo cedinho saia de sua toca para um noivo encontrar.
Certo dia Jabinha, depois de muito andar, enrolou-se num tronco de árvore para poder descansar. Foi quando viu encantada se arrastando num tapete de folhas, Valdequinho, o jacaré mais charmoso da floresta. Seu coração bateu forte de tanta sorte.
Atenta, sem perder um movimento, Jabinha viu Valdequinho deslizar para o rio onde foi se refrescar. Depois de vários mergulhos e uma farta alimentação, Valdequinho se recostou nas pedras para o descanso merecido após tanta agitação. Jabinha muito esperta, desceu do galho e se arrastou para o rio aproveitando a ocasião. Passou pela pedra onde Valdequinho repousava e elegante bebeu água fingindo exaustão.
Valdequinho cavalheiro que era, lhe ofereceu companhia pois o adiantado da hora propiciava perigo vindo do caçador inimigo. E assim passaram juntos, momentos agradáveis, trocando ideias, emitindo opiniões e provando a todo mundo que mesmo havendo diferenças, de tamanho, hábitos e cor, se respeitavam, se aceitavam e nem por isso, perdiam seu valor.
Jabinha estava certa, tinha encontrado o seu amor. E os dois apaixonados, numa tarde de primavera se casaram, deixando a todos bem claro, que o amor e o respeito supera as diferenças. Essa estória comprova, que até os bichos peçonhentos se ajeitam, se organizam e desconsideram diferenças e indiferenças, quando buscam serem beneficiados e esarem sempre bem.
É o típico casamento de jacaré com cobra d’água, coisa cada vez mais comum na política nos últimos tempos. Exemplo nacional: o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ex-tucano, agora filiado ao PSB e vice na presidência da República). Moral da história: não há adversidade ideológica, ou pessoal... só eleitoral.
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