Para um empresário impopular ser eleito prefeito, é necessário muito mais que compadrio com lideranças espertalhonas e endinheiradas. Não serão argumentações desconexas com a realidade a que está submetida a comunidade, que resultarão em persuasão, cooptação, alienação e convencimentos. Serão necessárias muito mais que promessas, risos, abraços, beijos e demonstração de apreço.
O preço de um desfecho de sucesso eleitoral, para quem não é popular e populista, estará dimensionado por sua capacidade de extrapolar sua coragem e disponibilidade de espalhar "lobos guarás" pelos quatro cantos da cidade. Sem essas matilhas, as ovelhas não gritarão Barrabás!
Quem tem padrão de excelência para intervenção que Resolve complicação de burocratas e suas pendências na jurisprudência do direito administrativo, pode não ser bom para ser vitorioso em uma disputa pelo poder executivo e se o vencer, se tornar um burocrata eficiente.
Quem é da política sabe: a expressão cada um no seu quadrado faz muito sentido. Cada um na sua ideologia, cada um em seu partido, cada um com as suas comunidades e cada um com suas possibilidades e limitações.
Fora da política não é muito diferente. Há uma certa introspecção por conta da competitividade, medo ou vaidade. Eu não conto a minha ideia, pois, se ela for boa, podem roubar, se ela for ruim, vou passar vergonha. Se ela for média, bem, melhor eu me preocupar em ter uma nova ideia.
Será que tem que ser assim? Será que tem que ser assim, tão quadrado? Por mais que a gente tente, a vida não é tão geométrica. Muitas vezes, 1 + 1 não é igual a 2. Quantas histórias de candidaturas promissoras, que acabaram dando com os burros n'água? Embora as linhas não sejam retas e fazerem curvas, virarem pontilhados e se apagarem, sempre se bifurcam em pontos que nem sempre surpreendem.
Sair do quadrado dá um trabalho… O que está além do horizonte e dos limites? O outro. Os outros. E não dá pra chegar invadindo, tem que ser com cuidado. Tem que mostrar que não está ali para competir, mas para compartilhar. Mas são nessas trocas que a mágica acontece. Arroz, puro e cru, por exemplo. Mesma coisa de comer areia. Mas coloca cebola, alho e óleo pra você ver o que acontece. Fica bom. Põe um feijãozinho depois, então. Fica ótimo.
É a mesma coisa com a candidatura de Kaká Resolve. Sozinha, como uma ideia do clã Carlettos vai custar para ficar boa. Misture com os ingredientes do outros (Jota Batista, Neto Guerrieri, Ramos Filho, Gabriel Delane...), faça uma feijoada. Mas nada de depois dizer que a feijoada só foi boa, porque você levou o feijão. Compartilhe até os créditos. O feijão sem a linguiça, a costelinha, a farofa e a couve é só feijão.
Portanto, é necessário Kaká usar a sabedoria e práticas do associativismo e cooperativismo; do compartilhamento de propósito e disposição para dividir o alimento e assim provar o sabor da vitória e enfim se inserir no quadrado comunitário, convergente e de todos. Assim Kaká fará uma boa feijoada e todos que divergem de Robério Oliveira, Cordélia Torres e Paulo Dapé, terão bom apetite.
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