Pode parecer irônico, mas, somos, em grande parte, responsáveis pela corrupção na política e dos políticos. Tal fato pode ser constatado nas campanhas eleitorais, ou mesmo quando o político está no exercício do seu mandato.
Quando em campanha, tornou-se comum o eleitor ir a um candidato “trocar” seu voto por míseros favores os quais em grande parte podem ser resolvidos por ele mesmo sem a necessidade da intervenção de um político ou de um candidato.
Na verdade, grande parte da sociedade procura um político para resolver problemas de interesse pessoal e quase nunca os de ordem coletiva. Ora para pagar uma passagem, ora para comprar "remédios", pagar condução para fazer uma mudança, pedir um “emprego” e tantas outras picuinhas que o político ou candidato acaba sendo pressionado a prestar, sob pena de não conseguir se eleger e ficar “marcado” como um mau político que não olha pelo eleitor, ou que lhe dá as costas quando eleito e ainda, correndo o risco de não se eleger novamente.
Eu, que fui candidato a um cargo eletivo à Câmara Municipal em 2012, pude constatar tal fato e tive que dizer “não” por muitas vezes a muitos que me tentaram chantagear prometendo votos em troca de dinheiro para a compra de supostos “remédios”, passagens, empregos e tantos outros “favores”. O candidato e o político que comprometidos com programas sociais não cedem às chantagens de quem quer que seja e, por essa razão obtive irrisórios 389 votos.
Confesso que não me decepcionei com o resultado porque já esperava encontrar, como de fato encontrei, uma sociedade em grande parte viciada nas aparentes “facilidades” que o meio político pode oferecer. Pude constatar a hipocrisia de muitas pessoas que cobram dos outros, aquilo que elas próprias ainda não têm condições de oferecer aos outros – a honestidade e a integridade moral.
Por não possuir discernimento político grande parte da população vota no candidato que concede favores sem dar a mínima importância àqueles que oferecem propostas de governo e de interesse geral. No mundo político, sabe-se que a corrupção é algo que atinge a maioria daquilo que se convencionou chamar de "representantes do povo".
Essa mentalidade criou vícios profundos que há muito perduram e, com certeza pode-se dizer que enquanto existirem os maus vícios da sociedade, essa sempre dará motivos para o surgimento de políticos corruptos que ainda estão longe de dizer a que vieram.
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