Permanecemos como vítimas da ignorância que resulta nos tradicionais votos de cabresto e não enxergamos nossas próprias carências: somos consequências ruins das nossas próprias decisões. Para nos anestesiar, abrem-se as portas das igrejas bregas e luxuosas; políticos acenam com promessas de prosperidade e justiça social enquanto se enriquecem, impassíveis.
A corrupção histórica continua imbatível na Bahia. Governantes e cúmplices fazem prevalecer a lei do atraso: mantenham tudo como está, não mexam em nada. Faltam saúde, educação, dignidade, mas sobram tolerância e pactos estratégicos de governabilidade com o crime.
O dinheiro fácil e a violência, parceiros habituais das drogas, se propagam facilmente no imenso vazio do subemprego, da falta de oportunidades, dos salários aviltantes daqueles cercados de riqueza, descaso e injustiça. Estes fatos devem fazer Gregório de Matos (que pelos idos de 1650 já satirizava “a falta de verdade, honra e vergonha”), sacudiria os restos dos ossos, indignado.
Os milhares de mortos chegam a destacar a Bahia como campeã em violência no Brasil. Vale lembrar que os baianos vem elegendo a esquerda e por ela é governada há 17 anos. Veio também desse cenário a onda de votos que elegeu o atual ocupante da Presidência.
Porém, uma esperança: Caetano Veloso – que mora no Rio e passeia por Roma – está rezando pela paz na terra do Senhor do Bonfim e até pedindo orações pessoalmente ao papa. Milagres imediatos vindos do Vaticano devem ser raros – mas, em todo caso, oremos também.
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