Não há números exatos, mas existe que afirme que mais de 40 mil itabunenses participem da Romaria de Bom Jesus da Lapa. E há romeiro, como o cinegrafista da Tv Santa Cruz, Katita, que não cansa de afirmar que encontra mais gente de Itabuna, na Romaria de Bom Jesus da Lapa, que na própria cidade de Itabuna: “Aqui as pessoas estão nas ruas, restaurantes, feiras livres, igrejas, festas... e em Itabuna estão confinadas em seus locais de trabalho, casa, escolas... e assim ficam mais difíceis de serem vistas com mais facilidade”, ressaltou Katita.
Ninguém fica
parado na Lapa. Na porta do santuário, milhares de fiéis se aglomeram para
chegar aos pés do Bom Jesus. Há mais de três séculos é assim Todo ano, entre o
final de julho e início de agosto, homens e mulheres unidos pela fé percorrem
centenas de quilômetros para reverenciar o Santo. A cidade está lotada. Desde
que teve início a novena, no final do mês de julho, ônibus e caminhões
paus-de-arara não param de chegar trazendo gente de todo o canto do Brasil.
Entretanto, o
ponto alto da festa religiosa acontecerá no próximo domingo (06), à tarde,
quando será realizada a procissão que encerrará a Romaria ao Bom Jesus. Não
sabemos explicar quando a procissão a Bom Jesus começou a ser realizada aqui na
Lapa nem por que esta data", afirmou o religioso no santuário. Segundo
estimativas oficiais, a cidade que abriga um dos maiores santuários brasileiros,
recebe neste período mais 500 mil romeiros e turistas.
Eles estão
distribuídos em cerca de 110 mil leitos formais e informais. São hotéis, pousadas,
casas alugadas que nesta ocasião recebem o nome de rancharia e até mesmo à
beira do Rio São Francisco que abrigam os peregrinos da fé. Eles estão por toda
parte, caracterizados com chapéus decorados com fitas em cores diversas, a
depender da procedência da romaria.
Grutas - Durante
o dia, os devotos se espalham pelo santuário e suas grutas desbravando cada
pedacinho da obra divina que ganhou alguns retoques da mão do homem. À noite,
depois da última missa, ganham as ruas e becos da cidade onde está instalado um
fortíssimo comércio informal. Ambulantes de diversos estados brasileiros trazem
seus produtos para vender aqui. De imagens sagradas a objetos de beleza, tem de
tudo e para todos os gostos.
Nem bem o dia
começa e já estão eles de pé, prontos para assistirem à primeira celebração
religiosa, realizada diariamente às 5h. Uns chegam todo de branco, outros
adentram o santuário ajoelhados, mas independente da forma utilizada para
quitar a promessa, todos eles têm em comum a grande fé no Bom Jesus. E diante
do altar, agradecem pelas bênçãos recebidas e aproveitam para renovar os votos.
Durante todo o
dia, a movimentação não não é menos intensa. Quando não estão nas missas, se
confessando, ou adorando as imagens do santuário, se espalham pelas grutas.
Enquanto uns são marinheiros de primeira viagem, muitos já contabilizam décadas
de romaria. Este é o caso do empresário Sandoval Benevides, que há 49 repete o
mesmo ritual. Cerca de três meses antes da festa religiosa, ele já começa a
mobilizar os amigos para virem ao santuário.
Muitos romeiros
mantém hábitos típicos de tempos passados. Apesar de o número de romeiros que
vêm de ônibus já ser superior ao dos que vêm em pau-de-arara, muitos romeiros
não abrem mão deste meio de transporte. "Romeiro que é romeiro vem de
caminhão", ressalta Dona Carmelita dos Santos, que reside no bairro da
Califórnia e que há mais de 47 anos participa da romaria de Bom Jesus da Lapa.
Esta cobertura jornalística conta com apoio da Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa, Auto-Escola Regional, Casa do Mel, Vereador Ronaldão e dos deputados estaduais Eures Ribeiro e Soane Galvão.
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